Que alegria iniciarmos um novo ano, uma nova etapa da nossa vida. Sabemos que nada muda radicalmente com a passagem de um ano para outro, mas também somos sabedores, por experiência, que precisamos de ciclos – toda a vida humana é composta de ciclos: os dias, os meses, as fases de desenvolvimento. São etapas que marcam um ritmo, um crescimento, propiciam mudanças.
Neste ano que iniciamos há pouco, poucas certezas temos: até quando teremos que conviver com a pandemia? A vacina é mesmo segura e eficaz? Teremos acesso à vacina rapidamente? Teremos emprego com tanta dificuldade social? Enfim, tudo isso ainda está por vir, sem, de modo algum, que possamos mudar ou controlar.
Podemos, porém, decidir: como queremos viver este novo ano, com todas as surpresas e circunstâncias que ele pode nos oferecer. Sim, precisamos decidir como queremos conduzir nossa família diante das situações adversas ou não.
É preciso nos anteciparmos e planejarmos: pensar nas virtudes que mais nos fizeram falta no ano que passou, nos comportamentos que mais nos ajudaram, no que admiramos ao observarmos a ação de amigos próximos ou familiares e colocarmos metas. Quais virtudes precisamos treinar, quais exercícios nos tornarão mais fortes e corajosos para enfrentarmos a vida como ela se apresenta?
Tudo nesta vida se planeja: viagens, trabalho, festas, passeios. Por que não planejarmos seriamente a formação dos nossos filhos e a nossa própria formação? Aprender, crescer, conquistar virtudes e assumir uma postura mais madura e adequada é missão para a vida inteira. O ano passado, exatamente por ter sido bastante difícil, foi um período que nos trouxe muita aprendizagem e uma percepção mais “real” da vida, de como ela é passageira e de como “temos pouco tempo para amar”, como dizia Santa Teresinha do Menino Jesus. Se cada um de nós decide se tornar um pouco melhor, crescer em algum aspecto, já tornaremos o mundo melhor, já faremos um movimento positivo. Sairemos do lugar de vítimas para sermos protagonistas da nossa existência – somos mais que uma pandemia, somos mais que as adversidades, somos capazes de transformar nosso comportamento a partir de uma luta firme e constante contra nossas fraquezas e dificuldades.
Quanto bem pode fazer à família quando os pais assumem essa postura de liderança diante dos filhos – lutam por ser melhores e encorajam os filhos ao mesmo! Precisamos de famílias fortes, determinadas ao bem, comprometidas em formar gente que tenha sede de deixar no mundo marcas do bem!
Sendo assim, convido a cada pai e cada mãe a ler este artigo e pensar:
- Se eu morresse no final de 2020, do que teria me arrependido? O que gostaria de ter deixado de marca neste mundo? Que tipo de filhos gostaria de deixar aqui?
Diante dessa reflexão, que pode parecer dura, é fundamental que planeje seu 2021, escolhendo:
- Em que aspectos nossa família precisa crescer neste ano?
- Quais virtudes cada um de nós precisa conquistar para servir melhor aos outros, tornar-se mais completo e ser mais feliz?
Vale a pena um planejamento familiar sério e comprometido, vale todo o esforço de nos dedicarmos a planejar o ano da nossa mais importante equipe – esta que depende completamente de nós. Nesta equipe, somos insubstituíveis e, o que não fizermos, ninguém fará. Ou pior: se não formarmos nossos filhos, alguém formará – porém não será com nossos valores, tendo em vista nossas metas e, quando abrirmos os olhos, estaremos convivendo com absolutos estranhos.
Pais, mãos à obra! Vale a pena!
Simone Ribeiro Cabral Fuzaro é fonoaudióloga e educadora. Mantém o site www.simonefuzaro.com.br. Instagram: @sifuzaro