O trabalho em equipe dos pais para a formação dos filhos

No trabalho com orientação familiar, tem-se tornado comum encontrar casais que tomam posições muito diferentes na educação dos filhos.

Diferentes modos de agir, diferentes modos de lidar com os comportamentos inadequados das crianças, diferentes modos de ver as necessidades dos pequenos – isso é natural, afinal, são pessoas diferentes em todos os aspectos: no modo de perceber a realidade, no modo de agir, nas manifestações de amor etc. Além de serem diferentes, sabemos que cada pessoa é única e irrepetível, com manifestações sexuais diferentes (homem e mulher), e isso marca o modo de estar no mundo. São pessoas com temperamentos e biografias diferentes, vindas de diferentes realidades familiares e socioculturais, portanto, certamente verão as coisas de modo diferente.

Você pode estar se perguntando: se é assim, qual o problema de tomarem posições diferentes na educação dos filhos?

Então, vamos a algumas considerações importantes. 

Homem e mulher, diferentes, mas complementares, se encontram e se escolhem livremente para formar uma família, ou seja, uma comunidade de vida e amor. Esse passo requer maturidade suficiente para formar uma unidade, um nós, ou seja, um novo núcleo que precisa ter clareza de valores, objetivos e expectativas.

Os filhos serão os frutos desse amor que o casal escolheu viver, e, para que cresçam saudáveis e equilibrados, precisam perceber nos pais uma direção segura. Precisam identificar ambos como autoridades, ou seja, como pessoas capazes de ensiná-los a viver. Como poderão se sentir seguros se todas as ordens e orientações forem diferentes, se quando um aponta uma direção o outro aponta outra?

Essa atitude dos pais acaba criando um clima de falta de autoridade e de instabilidade para a criança. Muitos casais chegam a se desentender seriamente, colocando a relação conjugal em risco, por não conseguirem identificar como lidar com as diferenças.

Então, vamos a algumas dicas:

Conversem muito sobre o que consideram importante na formação dos filhos. Contem suas histórias um para o outro: que tipo de pais tiveram (permissivos, exigentes, flexíveis, rígidos). Como eram os castigos ou a falta deles, recordem-se e conversem sobre as memórias infantis. Identifiquem o que mais ajudou ou o que mais sentiram falta na própria educação.

Alinhem objetivos comuns: quais são as prioridades na formação dos filhos. Se vocês se escolheram para se casar, provavelmente identificaram valores parecidos, prioridades semelhantes. Agora é hora de estabelecer essas prioridades e valores na formação dos filhos.

Estudem, leiam e busquem orientação, se encontrarem muita dificuldade em alinhar os princípios. Lembrem-se: alinhar significa cuidar do essencial, das prioridades. Nem sempre concordarão em tudo, e isso é natural, mas ao menos respeitem sempre a postura do outro. Nunca desautorizem o cônjuge na frente da criança. Se algo desagradar demais, saia de perto e fale depois, com calma e longe das crianças. A discórdia entre os pais é sempre mais nociva do que a atitude inadequada que pode acontecer. Ambos amam os filhos e os querem bem.

Equipes levam em conta as habilidades e dificuldades de cada um dos integrantes, trabalham em conjunto, suportam as pressões em parceria e criam saídas para alcançar os objetivos e superar os problemas – assim precisam funcionar os pais. Trabalhamos em equipe nas empresas, nas escolas, e temos tanta dificuldade de entender essa missão de formar família como a mais importante equipe da nossa vida. Por que será?

Coragem, pais! Lutem por essa equipe – essa é a única que será de vocês a vida toda e, mais do que isso, ela depende totalmente do amor e empenho de vocês para ser feliz de verdade.

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