Cristo é a cabeça da Igreja (cf. Ef 5,23)

O Papa Francisco faleceu horas depois do anúncio da Ressurreição de Cristo Jesus, no início da Semana da Misericórdia, logo depois da belíssima Semana Santa, da qual participara de algumas celebrações e manifestara, a Roma e ao mundo, votos de uma Santa Páscoa. Deixou-nos consternados, tristes e abalados, já sentindo saudades. Ele falou diretamente ao coração dos católicos e aos homens e mulheres de boa vontade. É certo dizer que ele se aproximou das pessoas e, neste momento, estamos todos unidos na saudade e na oração.

O legado cristão e humanitário do Papa Francisco foi imenso e carregado de sinais e gestos proféticos. Ressalto três: em 13 de março de 2013, quando foi escolhido como 266º Pontífice, seu gesto de rezar pela multidão reunida na Praça São Pedro e, simultaneamente, de solicitar que todos rezassem por ele e pelo seu pastoreio; em 27 de março de 2020, caminhou sozinho na Praça São Pedro e rezou pela humanidade e pelo fim da pandemia. Eram tempos sombrios. O gesto silencioso e orante do Pontífice selou o seu zelo como Pastor e como amigo dos homens e mulheres; e finalizo lembrando o seu adeus ao mundo, em 21 de abril de 2025, de maneira discreta e silenciosa, na manhã de primavera na Cidade Eterna, depois de 12 anos à frente da Igreja de Cristo Jesus.

“Cristo é a cabeça da Igreja” (Ef 5,23). Essa passagem bíblica, contida na Carta de São Paulo Apóstolo à comunidade de Éfeso, assegura nossa confiança no momento presente e conforma a nossa esperança para a vida eterna. A Igreja está vivendo as alegrias pascais. A Esposa de Cristo deu sentido ao túmulo vazio e à morte do Redentor. Passados os dias da Paixão e da Morte de Nosso Senhor, estamos plenificados na Ressurreição de Jesus Cristo. Nada mais nos atemoriza em relação à morte, porque ela foi vencida. Mesmo depois de quase 2 mil anos da Semana Santa vivida pelo Salvador, ainda assim, choramos as ofensas e os descasos sofridos pelo Filho de Deus. Passadas as horas da Paixão e Morte do Redentor, de fato, a Igreja se rejubila com o Sábado Santo e o Domingo da Ressurreição. Afirmamos que Jesus Cristo Ressuscitou! Aleluia! 

As mídias se voltaram para a Praça São Pedro e para as Basílicas de São Pedro e Santa Maria Maggiore. São olhares de consternações e interrogações. Com a morte do Papa Francisco e passados os dias de luto e o anúncio de um novo Conclave, surgiram as perguntas sobre o novo pontificado. Quem será o novo Papa? De onde virá o novo Pontífice? Qual será o nome do futuro Sumo Pontífice? 

Quando escrevo essas linhas, ainda não se sabe o resultado do Conclave. Mas, diante destas interrogações, reitero que a Cabeça da Igreja é Cristo Jesus. Aos cardeais e aos católicos e homens e mulheres de boa vontade, eu indico a Sagrada Escritura como resposta. Cristo Jesus edificou a sua Igreja sobre o Apóstolo Pedro (cf. Mt 16,13-20). Portanto, a Igreja é de Jesus Cristo. O Salvador solicitou ao Apóstolo Pedro que apascentasse os cordeiros e as ovelhas, para que a unidade fosse mantida (cf. Jo 21,15-19). O Redentor disse aos apóstolos que anunciassem o Seu Evangelho a todas as pessoas e em todos os lugares (cf. 28,16-20). Quem quer que seja o novo Pontífice, essencialmente deve estar atento a duas preocupações. Em primeiro lugar, o Sumo Pontífice deve olhar ad intra, isto é, para assegurar a unidade do rebanho. Em segundo lugar, simultaneamente, o Pontífice deve anunciar ad extra o Evangelho do Redentor ao mundo e estar atento às necessidades dos homens e mulheres que vivem na contemporaneidade.