Celebramos, enfim, a Páscoa, centro de nossa fé cristã: a entrada em uma vida nova, a passagem da escuridão à luz, do pecado à graça, da morte à vida. Desde os primeiros séculos, a Igreja celebra a Vigília Pascal no Sábado Santo junto com os sacramentos da Iniciação Cristã: Batismo, Crisma e Eucaristia, marcando a entrada na vida cristã pela comunhão com o Mistério Pascal.
Na noite pascal, a Igreja gera novos filhos pela água e pelo Espírito, sela-os com a Crisma e os alimenta com o Pão da Vida. A Páscoa proclama que a vitória de Cristo é comunicada a todos pelo Batismo. A água batismal, invocada com o Espírito Santo e o Círio Pascal, é sinal eficaz de renascimento, afogando o velho homem e fazendo nascer o novo, recriado em Jesus. O Batismo insere o fiel na história pascal, viva em cada um e em toda a Igreja. Como recordava o Papa Francisco, a Páscoa de Cristo chega a nós pelo Batismo para transformar-nos à Sua imagem.
De modo especial, neste Jubileu da Esperança 2025, o tempo pascal nos exorta a ter em mente a ligação entre a Páscoa a virtude teologal da esperança. Isso porque a nossa maior e verdadeira esperança não é outra coisa que não a vida eterna – a qual nos foi aberta pela Morte e Ressurreição de Cristo, e nos é comunicada pelo Batismo.
Em nossa Arquidiocese, temos observado um crescente número de adultos buscando o Batismo, conforme destacado no Caderno Fé e Cultura desta edição. Diversos sacerdotes têm relatado um crescimento nas turmas de Iniciação à Vida Cristã (IVC). Muitas pessoas, após experiências em outras denominações, têm retornado ao catolicismo em busca de respostas profundas. Outras, movidas pela graça que ilumina e convida a conhecer a Deus, são atraídas pelo acolhimento e pelo testemunho de fé.
Esta tendência, que sem dúvida tem sua origem primeira na ação do Espírito Santo, tem também se manifestado em outros países do Ocidente. Na França, por exemplo, segundo dados da Conferência Episcopal Francesa (CEF), mais de 10.300 adultos foram incorporados à Igreja pelo santo Batismo nesta Páscoa de 2025 – 45% mais que o do ano anterior, e o maior número desde que a CEF começou a fazer estes levantamentos nacionais, em 2002. Na Inglaterra, tem-se falado de um “ressurgimento católico silencioso”. Nas semanas antes da Páscoa, diversos jornais reportaram o crescimento do catolicismo, especialmente entre os mais jovens: no The Daily Telegraph a manchete era “O ressurgimento extraordinário da fé católica na Grã-Bretanha”; no The Times, “Número de católicos é o dobro do de anglicanos dentro da Geração Z”; e no Anglican Ink, “Está a Inglaterra se tornando católica novamente?”. Nos Estados Unidos e no Canadá, nomes de projeção têm assumido corajosamente sua fé católica: o jogador da NFL Harrison Butker, tricampeão do SuperBowl pelo Kansas City Chiefs e segundo na história da NFL em porcentagem de field goals na carreira; Tammy Peterson, esposa do famoso psicólogo e best-seller Jordan Peterson, que se converteu após passar por um câncer; e o ator Shia LaBeouf, famoso por sua participação nos Transformers, que se converteu após interpretar o Padre Pio no filme homônimo de 2022.
Alegremo-nos, então, com estes sinais do Cristo vivo em nosso meio. Cristo ressuscitou, aleluia! Ressuscitou verdadeiramente, como disse, aleluia!
