É necessário orar sempre, e não desistir!

Na semana passada, refletíamos sobre a importância da oração para saciar a sede de infinito que todo ser humano traz em seu coração – e que, no fundo, só se resolve quando nos encontramos, no íntimo de nós mesmos, com o Deus de infinito amor, que nos convida a amá-lo de volta. Hoje, dando sequência à conversa, gostaríamos de meditar sobre como também o próprio Deus deseja ardentemente encontrar-se conosco a sós, para dizer-nos quanto nos ama, e para dar-nos todas as graças que nos permitam alcançar a salvação.

Aqui é interessante lembrar da aparição de Nossa Senhora das Graças a Santa Catarina Labouré, que deu origem à Medalha Milagrosa. Percebendo que alguns dos raios de luz que saíam das mãos de Nossa Senhora estavam apagados, a vidente perguntou-lhe o motivo – e a resposta foi que aqueles raios eram as graças que Deus havia determinado conceder às almas, mas que não eram concedidos por falta de pedidos na oração. Este ensinamento está de acordo com o ensinamento dos santos: Santa Teresa d’Ávila dizia que “Quem não pede, não recebe”, e Santo Afonso de Ligório era ainda mais assertivo: “Quem reza se salva, e quem não reza se condena”. Nosso Senhor também insistia sempre com seus apóstolos sobre a necessidade de orar sempre sem jamais deixar de fazê-lo (Lc 18,1), e garantia: “Pedi, e vos será dado” (Lc 11,9).

É claro que, rigorosamente falando, Deus não precisa esperar que nós Lhe peçamos para nos conceder suas graças: mas Ele escolhe precisar, para que nós nos tornemos cooperadores de sua obra de amor e salvação. Se fazemos nossa oração com este sentido de colaboração com Deus, entendemos que sua função não é tanto alterar a vontade de Deus, conformando-a com a nossa – antes, seu propósito é expandir o nosso coração, para torná-lo mais semelhante ao de Deus. A oração, diz-nos o Papa Francisco, é verdadeiramente poderosa, e capaz de mudar a realidade. Ela é “mais poderosa que o ouro, mais poderosa que a ciência. A ciência faz maravilhas, mas ela se adquire por meios humanos, e produz efeitos que permanecem nos limites humanos. A oração, por sua vez, é uma força sobrenatural, cuja eficácia vem de Deus, dos méritos infinitos de Cristo, da graça atual que nos leva a rezar; é uma força espiritual mais poderosa que todas as forças naturais tomadas juntas. Ela pode nos alcançar aquilo que só Deus pode dar: a graça da contrição, da caridade perfeita e da vida eterna, que é o próprio fim do governo divino, e a manifestação última de sua bondade” (Garrigou-Lagrange). Rezemos, então, com renovada devoção e amor: “Faça-se, Senhor, a vossa sapientíssima e amorosíssima Vontade. Amém.

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