Conselhos evangélicos

A expressão “conselhos evangélicos” é aplicada para caracterizar aqueles que, na Igreja, assumem o estado de vida religiosa. Por esse compromisso, uma pessoa assume viver a pobreza, obediência e castidade como entrega a Deus e serviço aos irmãos, particularmente os mais pobres. O ato de assumir os conselhos evangélicos é também chamado de “profissão religiosa”, que é feita no final de um período de acompanhamento e discernimento vocacional. A profissão religiosa é a conclusão do processo formativo, e, assim, o religioso ou religiosa está livre dos impedimentos que afastam o fervor da caridade e a busca da perfeição de vida e do culto a Deus.

Para representar o que seja a vida religiosa na Igreja, podemos usar duas imagens. Na primeira, a vida religiosa é como um farol, que ilumina e, ao mesmo tempo, aponta uma direção para o seguimento de Cristo. Ela serve ao corpo da Igreja, o conjunto dos fiéis, como modeladora da vida cristã, um convite contínuo à santidade. A segunda imagem se refere à multiplicidade dos carismas da vida religiosa, na qual Cristo é o tronco, e as diferentes expressões da vida religiosa, masculina e feminina, são como ramos. O resultado final é como uma árvore frondosa, firmemente plantada e com abundância de flores e frutos, alimentando a vida da Igreja.

Os frutos da vida religiosa são comprovados e autenticados pelos inúmeros santos e santas que marcaram a história da Igreja. Homens e mulheres que não só buscaram a santidade pessoal, mas contribuíram pela santificação do corpo. Pela oração e pelo apostolado, eles cuidaram dos doentes, dos órfãos e das viúvas. Trabalharam pela educação, pela saúde, ajudando a aliviar os sofrimentos e curar as feridas, tudo pelo Reino e pela dignidade humana. Foram mártires, pastores, eremitas, pregadores, doutores e doutoras da fé, monges e monjas que, em cada tempo e nas mais diversas culturas, deixaram sua marca e seu nome.

A vida religiosa, no entanto, não vive apenas das glórias do passado; ela também é sinal marcante nos dias de hoje. Pela vivência dos conselhos evangélicos, nos diferentes carismas, as pessoas que consagram suas vidas continuam assumindo o serviço da caridade. Continuam deixando sua marca ao cuidar dos pobres e dos excluídos ou rezando intensamente nos mosteiros, nos conventos e nas clausuras, enquanto elevam sacrifícios de louvor e ação de graças na liturgia. Assim como ontem, o mundo de hoje precisa da presença religiosa, do farol e da árvore frondosa, que mostra uma Igreja comprometida e em saída, atuante na construção de uma sociedade mais justa e solidária. Assim é a vida religiosa que mostra a força da fé e a alegria de ser cristão no mundo.

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