Dando continuidade aos trabalhos do sínodo arquidiocesano de São Paulo, após analisar a conjuntura da metrópole, com suas realidades estruturais e sociais, a 3º sessão da assembleia sinodal arquidiocesana, realizada na manhã do sábado, 6, lançou um olhar para a vida e a missão da Igreja na metrópole.
Recordando que o caminho sinodal não se resume a um evento, mas é um processo de discernimento espiritual à luz da Palavra de Deus e de um olhar atento aos sinais dos tempos, os delegados da assembleia colocam-se diante da questão: “O que o Espírito Santo diz para a Igreja que está em São Paulo?”.
Com a ajuda de Dom Pedro Carlos Cipollini, Bispo da Diocese de Santo André (SP), convidado para desenvolver a temática dessa sessão, foi destacado, em primeiro lugar, o atual contexto de mudança de época que afeta não apenas os âmbitos social e cultural, como também o contexto eclesial, diante de realidades que desafiam a ação evangelizadora em uma cultura cada vez menos cristã.
Em tal cenário, a Igreja é convidada a recordar a essência de sua missão, sinal visível e sensível da vida e da missão de Jesus Cristo no mundo, por meio do testemunho autêntico da fé, da esperança e da caridade.
Para renovar a ação pastoral e evangelizadora da Igreja na cidade, é preciso ouvir e acolher o clamor do povo e da sua realidade social e eclesial, para que chegue ao coração de Deus. Para isso, esse clamor também deve atingir o coração de cada cristão. É preciso crer que, como recorda o lema do sínodo arquidiocesano, “Deus habita esta cidade”, e é nessa realidade que se manifestam os apelos de Deus e da sua própria Igreja.
Vale recordar que a Igreja não consiste apenas no clero, mas, sim, em todo o povo de batizados unidos a Cristo, vocacionados a ser sal, luz e fermento na massa da cidade, movida pela fé e compaixão, por meio da prática da misericórdia, na defesa e da promoção da vida, na caridade, fraternidade e amizade social, sendo sacramento, sinal, paradigma do amor de Deus. O plano de amor de Deus, revelado em Jesus Cristo e animado pelo Espírito Santo, continua vivo na vida e na missão da Igreja de matar a fome e saciar a sede da humanidade.
Que seja fortalecida a capilaridade eclesial existente na cidade por meio de uma verdadeira rede de comunidades, cristãos, famílias, pastorais, grupos e organizações que testemunham a fé e os valores do Evangelho a partir de dentro das realidades urbanas.
Em qualquer época ou lugar, somos sempre chamados a ser uma Igreja com o rosto de Cristo. Que a Igreja em São Paulo seja cada vez mais parecida com o seu Senhor, revele seu rosto no seu modo de ser e de agir, na força espiritual, na proximidade e na misericórdia, no encontro e no compromisso com os mais necessitados, nas opções pastorais concretas, na estrutura e organização que promovam a vocação e a missão de todos. Que, por meio do chamado universal à santidade recebido no Batismo, continue brotando essa profusão de dons, carismas e ministérios. Que na diversidade e complementariedade, caminhando juntos, testemunhemos a comunhão dos discípulos-missionários de Jesus Cristo.