‘Quem diz o povo que eu sou?’

Certa ocasião, conta-nos o Lucas (9,18-22), “Jesus estava rezando em um lugar retirado, e os discípulos estavam com Ele. Então, Jesus perguntou-lhes: ‘Quem diz o povo que eu sou?’”. Como resposta, uns diziam que Jesus era João Batista que, em realidade, tinha morrido havia pouco tempo; outros que era o grande profeta Elias que voltara ou algum dos antigos profetas.

É de se supor que Jesus tenha ficado um tanto quanto decepcionado com essas respostas, pois, apesar de todos os citados serem profetas, homens de Deus de grande valor e coragem, ao ser comparado com eles, fica claro que ainda não haviam reconhecido em Jesus o Messias – redentor prometido, a quem os profetas que antecederam Jesus anunciavam a vinda. No fundo, viam a Jesus apenas como mais um profeta e não o Messias.

Nos dias de hoje, ocorre em muitos ambientes a mesma coisa. Jesus é igualado a um entre tantos outros homens sábios; apenas uma voz a mais entre tantas outras. Muitos consideram a Jesus apenas como um idealista revolucionário, outros como uma espécie de guru que cumpriu um papel a seu tempo, pregando a paz e o bem. Reconhecem que Jesus foi um grande homem, mas não o conhecem tal como Ele realmente é: Deus mesmo, a Sabedoria de Deus; o Filho – segunda pessoa da Santíssima Trindade – que assumiu uma vez, e para sempre, a natureza humana; o Verbo de Deus encarnado e, portanto, o Caminho – não um entre tantos –, a Verdade e a Vida.

Segundo os Evangelhos, depois de ouvir o que o povo pensava ser Ele, Jesus devolveu a pergunta aos seus apóstolos. Então, é Pedro quem, inspirado pelo Espírito Santo, responde: “Tu és o Cristo de Deus, o Messias prometido, o Filho de Deus”.

A resposta à pergunta sobre quem é Jesus Cristo é atual e tem crucial importância. Jesus é um personagem histórico atípico. Porque se Ele é quem diz ser – O Messias, Deus e Homem verdadeiro, a Revelação plena de Deus, o Nosso Redentor, o Caminho, a Verdade e a Vida; o único acesso a Deus Pai, o Reino de Deus, Aquele que no fim dos tempos será o juiz universal que retribuirá a cada um, o prêmio ou o castigo pelo bem ou o mal que fizeram ao longo de sua vida temporal, então, diante Dele e de Sua mensagem, ninguém pode permanecer indiferente.

Jesus nos interpela e exige uma resposta que pode ser um sim incondicional, ou um não absoluto. A resposta que pessoalmente damos a Ele decide a nossa existência no presente, o nosso modo de atuar e, também, condiciona o nosso futuro na eternidade.

O Papa Francisco, ao longo de seus já quase 12 anos de pontificado, insistentemente tem pregado a necessidade de nossa fidelidade à pessoa e à mensagem de Jesus Cristo. Em uma de suas primeiras homilias como Papa, pregou veementemente que ou servimos a Jesus Cristo crucificado ou necessariamente serviremos ao diabo. Já o saudoso São João Paulo II ensinava que em Jesus Cristo, todos os homens, de todos os tempos e culturas, podem encontrar as respostas para os anseios mais profundos do coração humano, já que sendo Deus é a Revelação plena de Deus ao ser humano; e sendo verdadeiro homem, revela ao ser humano os propósitos de Deus para o ser humano, além de nos oferecer o caminho para a nossa plena realização e a paz no mundo.

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