Encerramento do sínodo arquidiocesano

No sábado, dia 25 de março, a arquidiocese de São Paulo celebra o encerramento das atividades do seu 1º sínodo arquidiocesano. Do anúncio e preparação do sínodo à sua conclusão, passaram-se seis anos de oração ao Espírito Santo e esforços conjuntos para ver, ouvir e discernir sobre as realidades da nossa Igreja e para ouvir os apelos de Deus à nossa Igreja paulistana. Agora chegou o momento de dar graças a Deus pelo trabalho realizado e de acolher os propósitos e orientações do sínodo para a fase pós-sinodal em nossa Arquidiocese.

A primeira etapa do sínodo foi dedicada às realidades mais básicas de nossa Igreja, no âmbito das paróquias, das organizações e expressões eclesiais dentro delas. Nessa etapa, foi ouvido o povo, para compreender como estão os católicos e a situação religiosa e pastoral de nossa Arquidiocese nas suas expressões mais básicas. O povo participou de muitas maneiras, sobretudo nas atividades dos grupos sinodais e nos Conselhos de Pastoral paroquiais. Uma pesquisa de campo, com visitas domiciliares e mais de 20 mil formulários de respostas obtidas, junto com um levantamento sobre as situações pastorais objetivas, enriqueceu essa primeira etapa; seus resultados ainda precisam ser mais analisados, pois contêm uma enormidade de informações relevantes.

Em 2019, passamos à etapa das organizações eclesiais supraparoquiais, dos vicariatos e das regiões episcopais para um amplo discernimento sobre essas realidades pastorais e sua contribuição para a vida e a missão de nossa Arquidiocese. Em 2020, o sínodo deveria ter passado à assembleia sinodal arquidiocesana. No entanto, com a chegada da pandemia de COVID-19, foi necessário interromper a maior parte das atividades programadas, para não expor a riscos a saúde das pessoas, à espera de que a situação melhorasse. Assim permanecemos por dois anos, em 2020 e 2021. Durante esse período, no entanto, o sínodo não foi propriamente interrompido, pois continuou a reflexão e a oração ao Espírito Santo pelo bom êxito dos trabalhos sinodais.

Em 2022, foi possível realizar a assembleia sinodal arquidiocesana, com ampla participação de representantes de todas as expressões de vida eclesial. Antes, porém, houve um momento de pré-assembleia e foram chamados em causa novamente os Conselhos de Pastoral das paróquias, a fim de oferecerem mais uma contribuição para a elaboração do texto de trabalho da assembleia. Foi uma participação importante após a pausa forçada da pandemia. A assembleia sinodal, realizada em sete sessões ao longo do ano, teve a tarefa de fazer um grande discernimento sobre tudo o que foi visto e ouvido ao longo do sínodo nas etapas anteriores, e de elaborar propostas de ação e respostas aos desafios e urgências à evangelização e à pastoral percebidas ao longo do processo.

A assembleia trabalhou com comissões temáticas e elaborou um conjunto de propostas específicas para os diversos campos da ação pastoral, que foram submetidas à votação e obtiveram um amplo consenso da assembleia. Elas representam “propósitos” do sínodo que, agora, precisam ser assimiladas e traduzidas em novas práticas na vida pastoral. O sínodo, porém, levantou e trouxe à tomada de consciência uma série de questões transversais, que interessam a todos, e não apenas a algum grupo ou setor pastoral. Essas questões, que são cruciais para a realização do “caminho de comunhão, participação e renovação missionária” em nossa Arquidiocese, serão sintetizadas numa Carta Pastoral pós-sinodal do Arcebispo, a ser divulgada no encerramento do sínodo, e que estará à disposição de toda a Arquidiocese.

Com o encerramento das atividades do sínodo, inicia-se a etapa da devolução do sínodo a toda a Arquidiocese, para a recepção das propostas e orientações produzidas. Na nova fase, com a implementação do sínodo, espera-se que ele traga os desejados efeitos de “comunhão, conversão e renovação missionária” em nossa Arquidiocese. Com o sínodo, desencadeamos processos, que vão produzir os seus frutos com o tempo, a paciência e a perseverança, sem esquecer que o Espírito Santo é o principal protagonista da Igreja. A Ele continuaremos recorrendo com fé, pedindo sua luz, orientação, sabedoria, discernimento, conselho, fortaleza, coragem e alegria.

A celebração de encerramento será também um momento de renovado envio missionário de toda a Igreja em São Paulo. Nosso sínodo teve um forte apelo missionário. O motivo de a Igreja estar na cidade de São Paulo é a presença missionária do Evangelho do Reino de Deus nesta cidade. Somos discípulos-missionários de Jesus Cristo para que, Nele, todos tenham vida.

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