Outubro é dedicado à dimensão missionária da Igreja. Já no dia 1º do mês, celebramos a memória de Santa Teresinha do Menino Jesus, padroeira dos missionários. Ela mesma teria desejado ser missionária, mas sua vocação foi ser monja carmelita; mesmo sem sair da clausura, ela dedicou sua vida aos missionários, rezando e fazendo penitência por eles e escrevendo cartas a muitos deles para apoiá-los em sua missão.
Durante o mês, é feita a campanha missionária em todo o mundo católico com o tema “Com a força do Espírito, testemunhas de Cristo”. Por vocação, a partir do Batismo, os cristãos são testemunhas de Cristo no mundo. Clérigos, religiosos e leigos, cada um com seu próprio dom, são testemunhas de Cristo, mediante a vida cristã, falam de Jesus Cristo e do Evangelho do reino de Deus, mesmo sem dizer palavras. Esse testemunho missionário é muito importante, pois atrai silenciosamente as pessoas a Deus.
A frase bíblica que acompanha o tema é “Ide, convidai a todos para o banquete” (Mt 22,9). O texto é da parábola do banquete que o rei mandou preparar para o casamento do filho. Os convidados acabaram desprezando o convite e, então, o rei mandou convidar todo mundo, até encher a sala de convidados. A ação missionária também se faz por palavra, mediante o anúncio explícito do Evangelho, o diálogo e o convite à conversão e à adesão a Deus mediante a fé. Nunca deveríamos ter vergonha ou respeito humano de falar claramente de nossa fé e de convidar outras pessoas a fazerem a experiência do encontro com Deus na comunidade cristã. Jesus mandou convidar as pessoas para participarem do banquete. É claro que ninguém deve forçar ou constranger ninguém; o diálogo deve ser sempre respeitoso e paciente.
A campanha missionária terá seu momento forte no dia 20 de outubro, Dia Mundial das Missões. Somos uma Igreja missionária por vontade de Jesus Cristo, desde o princípio; e assim deveremos ser no futuro, fiéis ao mando do divino Fundador da Igreja: “Ide, pois, fazei discípulos todos os povos” (Mt 28,19). Os cristãos devem ser sempre uma “Igreja em saída missionária” e jamais cair na tentação de pensar que já cumprimos nossa missão. É por isso que, a cada ano, a Igreja toma nova consciência da imensidão de sua tarefa missionária.
No Dia Mundial das Missões, todos os católicos, em todas as comunidades do mundo, devem participar da coleta em favor das missões, promovida em todas as celebrações desse final de semana. É um pequeno gesto concreto de apoio ao trabalho dos missionários em lugares onde esse apoio ainda se faz muito necessário para que os missionários possam realizar o seu trabalho. Com a coleta missionária, o Papa, por meio dos organismos missionários da Igreja, oferece apoio e incentivo a grande parte da Igreja na África, Ásia e Oceania e em algumas partes da América Latina.
Em outubro, realiza-se em Roma a segunda sessão da assembleia do Sínodo dos Bispos sobre a “Igreja sinodal: comunhão, participação e missão”. O tema desse sínodo universal também está ligado à preocupação missionária da Igreja. A missão é uma das dimensões fundamentais da Igreja. Em nosso tempo, é preciso reavivar fortemente a consciência missionária nas comunidades católicas. Essa preocupação não pode ser apenas de umas poucas pessoas, mas deve envolver toda a comunidade. E a participação na ação missionária se faz de muitas maneiras: a oração, as ações missionárias específicas, o diálogo e o interesse em compartilhar as riquezas da própria fé.
Nosso sínodo arquidiocesano teve uma forte preocupação missionária, que agora precisa ser levada adiante. O Projeto Emergencial de Pastoral da Arquidiocese de São Paulo (2024-2026) tem, entre os seus objetivos, “revigorar as paróquias como comunidades eclesiais missionárias”. Sim, as paróquias precisam ser verdadeiras comunidades missionárias nos bairros onde se situam, promovendo diversas iniciativas para alcançar esse objetivo. Uma dessas importantes e urgentes ações é a renovação e ampliação da catequese, como iniciação à vida cristã; as visitas missionárias constantes e sistemáticas às famílias; e a implantação da infância e da juventude missionária em cada paróquia são outras ações pedidas às paróquias.
Continua válida e sempre atual a ordem de Jesus: “Ide, convidai a todos para o banquete” (Mt 22,9), que é para todos. Não podemos deixar de convidar a quantos pudermos para também participarem do banquete da salvação e da vida.
As palavras do Cardeal são de suma importância para a comunidade da Igreja de São Paulo e para todos os fiéis pois nos estimulam a união e fraternidade.