Família: um lugar de consolação e fé

A Igreja, diuturnamente e sem medir esforços, afirma, reafirma, escreve, proclama, grita ao mundo, convoca os homens e as mulheres de boa vontade a ainda terem consciência do caráter sagrado e inviolável da família. Na mesma direção, a Igreja anuncia a beleza da família e do sacramento do Matrimônio, e sua grandiosidade no projeto de Deus. Sim, nós exaltamos, celebramos e consagramos a família e o Matrimônio!

Temos ciência de que as famílias são marcadas de uma maneira muito forte pelo amor e pela dor e que, por isso mesmo, marido e mulher são conduzidos ao carregar da mesma cruz, num mesmo caminho de fé, esperança e obediência ao Criador. Então, entenderemos melhor o sacramento do Matrimônio, e é somente assim que alcançamos compreendê-lo: a partir da cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dentro do lar, quando alguém cai, possibilita àquela família aceitar a experiência da misericórdia de Deus. Diante das dificuldades pelas quais passa uma família, a leitura, a escuta e a vivência da Palavra de Deus serão, certamente, o alimento da esperança e um sinal de docilidade filial, capaz de gerar a entreajuda, a paciência, a solidariedade, o espírito fraterno, o amor à espiritualidade e despertar, dessa forma, a necessidade da oração. Rezar juntos, eis a questão!

O Cardeal José Tolentino Mendonça refletiu assim, em seu livro “Elogio da Sede”: “Deus sabe quantos obstáculos internos nos travam; quantos bloqueios Lhe colocamos, quantas derivas nos retardam. Despendemos os nossos meios naquilo que não é alimento e gastamos a nós próprios em coisas que não nos dão satisfação vital alguma. Estamos tão perto da fonte e vamos tão longe, dispersos em lugares mais do que desertos, à procura da torrente que nos saciaria, ignorando, assim, o dom que Deus tem para nos dar”. É tempo de não perder tempo! É tempo de levar as crianças à Catequese, à missa, à vida de oração, à prática da fé. Caríssimos, este não é um tempo para distrações desguarnecidas! A família não pode ter lacunas na formação de nenhum de seus membros. As trevas nos espreitam o tempo todo.

No livro “Devocional com Papa Francisco”, da editora Fontanar, o Sumo Pontífice rezou: “Jesus, Maria e José, em Vós contemplamos o esplendor do verdadeiro amor, a Vós, com muita confiança, nos dirigimos. Sagrada Família de Nazaré, tornai também as nossas famílias lugares de comunhão e cenáculos de oração, escolas autênticas do Evangelho e pequenas Igrejas domésticas. Sagrada Família de Nazaré, que nunca mais se façam, nas famílias, experiências de violência, egoísmo e divisão: quem ficou ferido ou escandalizado, depressa conheça a consolação e a cura”. O exercício do perdão, dentro do lar, é fundamental para que haja consolação, resgate, cura e vontade de continuar. “Cada um perdoe o outro, do mesmo modo que o Senhor perdoou vocês” (Cl 3,13). Rezemos para que as famílias cresçam na fé, renovem a fé, retomem a fé e, assim, encontrem a felicidade.

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