‘O que queres que eu te faça?’

Neste mês da Bíblia, somos convidados a refletir sobre uma das tantas perguntas de Jesus e a buscar também dar uma resposta positiva, colocando-nos em seu caminho e tornando-nos discípulos missionários do Mestre. 

São Marcos no capítulo 10, narra a emocionante história de Bartimeu, cego e mendigo. À entrada da cidade de Jericó, ele clama por Jesus. Apesar de a multidão tentar silenciá-lo, sua fé e perseverança o levam a ser atendido. Jesus pergunta a Bartimeu: “O que queres que eu te faça?” E o cego responde: “Mestre, que eu veja.” A cura de Bartimeu nos ensina que a fé é um caminho pessoal e que devemos, com coragem, buscar a Jesus em nossas dificuldades e limitações. A cura de Bartimeu não foi apenas física, mas também espiritual, pois a fé de Bartimeu o salvou. 

Bartimeu não se identificou como cego, mas também como alguém de grande fé. Quando soube que Jesus de Nazaré estava passando, ele começou a gritar: “Jesus, Filho de Davi, tem compaixão de mim!” Apesar das tentativas da multidão em silenciá-lo, sua fé o fez clamar ainda mais. Sua persistência inspiradora nos ensina que, muitas vezes, precisamos ser perseverantes em nossa fé, mesmo diante das dificuldades e obstáculos. 

Quando Jesus ouve o clamor de Bartimeu, Ele o chama. A dúvida e o desespero não impediram Bartimeu de se aproximar do Mestre. Essa interação é significativa; Jesus não apenas conhece nossas necessidades, mas deseja que O busquemos. A pergunta de Jesus: “O que queres que eu te faça?” nos leva a refletir sobre o que realmente desejamos para nossas vidas. Deus está atento aos nossos anseios e nos convida a expressá-los. 

Ao ter sua visão restaurada, Bartimeu é capacitado a seguir Jesus “pelo caminho”. Isso sugere que a verdadeira visão vai além da capacidade física de ver; envolve entender o caminho e a missão que Deus tem para nós. A cura nos chama a uma nova vida, cheia de propósito e missão, seguindo o Mestre e buscando viver Sua proposta de amor e serviço. A fé não é apenas uma crença, mas envolve a ação e a vivência dos ensinamentos de Cristo em nosso cotidiano. 

Essa história nos lembra que a esperança é sempre uma possibilidade. Mesmo nas situações mais difíceis, Deus pode operar milagres e transformar nossas vidas. Bartimeu representa todos aqueles que, à margem da sociedade, nas periferias geográficas e existenciais, clamam por ajuda. A resposta de Jesus reafirma Sua missão: trazer cura, amor e restauração a todos. 

O texto de São marcos nos instiga a olhar para nossa própria vida e refletir sobre nossa fé. Perguntamos a nós mesmos: “Estamos clamando ao Senhor em nossas dificuldades? Temos a coragem de nos aproximar Dele e pedir mudanças em nossa vida? E, ao sermos curados, estamos prontos para segui-Lo pelo caminho?” Que possamos ter a fé de Bartimeu, que clama e, ao ser atendido, não hesita em se tornar um verdadeiro discípulo de Cristo. 

Concluo resgatando a essência de uma canção do querido irmão Padre Zezinho: “Sou como o cego Bartimeu. Quero saber quem é que passa e agita esta praça. E se me dizem que és Tu, Jesus, eu grito que quero ver a luz… Quero ver a luz da verdade, quero ver a justiça vencer; quero ver a luz de Deus no meu país, quero ver a minha gente mais feliz; quero ver triunfar a igualdade, quero ver o Teu reino entre nós; quero ver a paz de Deus no meu país, quero ver o meu povo alegre e mais feliz”. 

Assim, persistente na fé, clamo a Jesus, ouço-O com atenção, respondo à chamada feita por Ele e, curado das feridas e dores, torno-me discípulo, buscando seguir Seus passos e Sua prática.

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