José, silencioso, pronuncia uma única palavra

Estamos perto da Solenidade de São José. Vamos relembrar um ensinamento da sua vida. “José, filho de Davi, não temas receber Maria por esposa, pois o que nela foi concebido vem do Espírito Santo. Ela dará a luz um filho, a quem porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos seus pecados” (Mateus 1,20). Nesse momento, José recebe de Deus a sua missão de pai do Menino e a incumbência de dar-lhe o nome de Jesus, e a missão de cuidar dele, de criá-lo, educá-lo e dar-lhe uma profissão, um ofício na vida. Nós sabemos que não há nenhuma palavra de São José anotada nos Evangelhos. Há somente registro dos seus pensamentos, como quando reparou no mistério da Maternidade de Maria. No entanto, podemos, com certeza, saber apenas uma palavra que José pronunciou, sem risco de nos enganarmos. Aconteceu no momento da circuncisão do Menino, em que José, conforme prescreve a Lei, como pai, pronunciou o nome do Menino: Jesus. “Completados que foram os oito dias para a circuncisão do menino, foi-lhe posto o nome de Jesus, como lhe tinha chamado o anjo, antes de ser concebido no seio materno” (Lc 2,21). Jesus: essa é a única palavra que José pronunciou, ou que certamente deduzimos que pronunciasse.

Jesus significa o Salvador, o Messias esperado. Este é o único nome pelo qual somos salvos. Devemos ter o desejo de pronunciar muitas vezes o nome de Jesus. Andar a seu lado, encontrar a nossa vocação em segui-Lo de perto. Jesus é a única pessoa que está conosco e permanecerá para sempre conosco, não somente durante toda a nossa vida, mas também na vida eterna do Céu, quando o veremos face a face.

Somente o nome de Jesus salva. O Papa Francisco na homilia de 5 de abril de 2013, contou a história de “um homem humilde que trabalhava havia 30 anos na cúria de Buenos Aires; pai de oito filhos, que antes de sair, antes de fazer as coisas, sempre dizia: ‘Jesus!’ E eu, uma vez, perguntei-lhe: ‘Por que você sempre diz ‘Jesus›?’ Quando eu digo ‘Jesus’ – disse-me este homem humilde – me sinto forte, sinto poder trabalhar, e sei que Ele está a meu lado, que Ele me protege”; “Este homem – continuou o Papa – não estudou Teologia, tem somente a graça do Batismo e a força do Espírito. E este testemunho – afirmou o Papa Francisco – me fez um grande bem”: porque nos recorde que “neste mundo que nos oferece tantos salvadores”, somente o nome de Jesus salva. Para resolver seus problemas, muitos recorrem aos magos ou aos tarôs. Mas somente Jesus salva “e devemos dar testemunho disso! Ele é o único”. E, ao final, recordou aos presentes que “Nossa Senhora nos conduz sempre a Jesus”, como fez em Caná quando disse: “Fazei aquilo que Ele vos disser!” Assim, confiemo-nos ao nome de Jesus, invoquemos o nome de Jesus, deixando que o Espírito Santo nos impulsione “a fazer esta oração confiante no nome de Jesus… isso nos fará bem!”.

Precisamos acostumar-nos a chamar Jesus pelo seu nome. A ser verdadeiros amigos Dele. A vida cristã consiste em viver com Jesus, concentrar nossa atenção nele, aprender Dele. Recebê-lo em nossos corações. Ele é nosso Rei, nosso Mestre, nosso Médico, nosso Amigo. “Desejo que o teu nome, Jesus, esteja sempre no fundo do meu coração e ao alcance das minhas mãos, a fim de que todos os meus afetos e todas as minhas ações se dirijam a Ti […]. No teu nome, Jesus, tenho o remédio para corrigir minhas más ações e para aperfeiçoar as defeituosas; um medicamento, também, para preservar da corrupção os meus afetos ou curá-los, se já estiverem corrompidos” (São Bernardo). Nossa Senhora nos conduz a Jesus, para que recebamos a graça da conversão neste tempo de Quaresma. Que façamos uma boa Confissão, na qual encontraremos o perdão e o abraço de Jesus.

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