Todos sabemos o valor de uma mulher dentro do lar. Na verdade, é a mulher que tem a habilidade de transformar uma casa em um lar.
Hoje, diante de tantas confusões e da banalização dos papéis e das características próprias de cada sexo, muitas vezes as próprias mulheres – com a percepção de que acabam acumulando mais funções e tarefas, especialmente no que diz respeito ao cuidado e à educação dos filhos – acabam exigindo dos maridos um comportamento e um olhar que é próprio do feminino. Isso as deixa descontentes e os transforma em incompetentes, ou seja, empobrece a parceria que é própria da complementaridade entre o pai e a mãe.
Exatamente pela natureza do vínculo mãe-criança, desde sempre muito íntimo e profundo, a mulher consegue se tornar, de modo especial, a educadora das emoções do filho. Os pequenos são intensos em suas emoções – medo, tristeza, raiva, esperança, alegria – e precisam de alguém que os ajude a ordenar tais emoções, a dar a proporção adequada a cada uma delas. Uma mãe que esteja entregue ao seu papel tem essa habilidade ordenada e consegue se tornar uma referência importante para a educação afetiva dos pequenos.
No entanto, o que mais dificulta essa habilidade própria da mãe é a busca de relações sem embates com as crianças, de relações nas quais o filho compreenda os limites estabelecidos e os aceite sem resistir, mas isso é absolutamente impossível. O conforto que se busca nas relações é doentio e faz parte de um sentimentalismo tóxico, conforme nos mostra Anthony Daniels em seu livro “Podres de mimados, as consequências do sentimentalismo tóxico”.
Conforme nos adverte São Tomás de Aquino: “As mães que mais amam valorizam mais amar do que ser amadas”. Assim, mães, cumpram a sua missão de ordenar as emoções dos filhos, de orientá-los de modo firme e amoroso em direção ao bem e à verdade que somente vocês conseguem identificar com a maturidade que já adquiriram, sem esperar que eles as agradeçam e amem a cada momento.
Por sua maior proximidade com o filho e pela capacidade de perceber os detalhes da sensibilidade de cada um, cabe à mãe a educação, principalmente nas virtudes da temperança e fortaleza – aquelas que permitem adquirir e manter a ordem e a tranquilidade interior.
Principalmente na primeira infância, a mãe é a referência fundamental na vida da criança: apresenta de modo concreto e acessível, adaptado à capacidade de cada um, o bem pelo qual vale a pena o sacrifício. A mãe é para a criança exemplo concreto e firme de adesão ao bem. Exatamente por isso, não pode ceder à tentação de renunciar ao bem a ser ensinado, para agradar ao desejo imaturo infantil. Custa colocar os limites, conduzir a criança à boa ação, suportar suas manifestações de raiva e descontentamento, mas esse é o único modo de formar bem os pequenos e introduzi-los nos hábitos da fortaleza e temperança que serão tão preciosos para toda a sua vida.
Por fim, deixo algumas orientações práticas para que as mamães consigam exercer sua linda missão de modo eficaz:
- Tenham clareza do Bem a ser buscado – princípios e valores claros;
- Não evitem desconfortos e frustrações, mas sim deem suporte ao filho para superá-los;
- NUNCA desautorizem o esposo e nem o tornem um PÃE (réplica da mãe) – a criança precisa do modelo feminino e do masculino de resolver as coisas;
- Não temam os sentimentos dos pequenos, mas ordene-os com sabedoria;
- Nunca discutam ou negociem determinações – você sabe o porquê delas, a criança não;
- A cada etapa da vida dos filhos haverá desafios diferentes: entregue-se a orientá-los em cada um deles: hábitos, virtudes, opiniões, possibilidades de escolha…
Queridas mamães, não temam ser firmes e amorosas, pois todo esse empenho e batalhas diárias darão frutos a seu tempo. Vale a pena!