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Onde vamos parar? 

Vivemos a era da informação. As notícias chegam em frações de segundos, os mais diferentes acontecimentos são divulgados por variadas e tendenciosas fontes, pesquisas são feitas nos mais diversos campos e seus resultados publicados rapidamente. 

Claro, informação é importante, conhecimento então, nem se fale… No entanto, o que observo, com certa precaução, é o resultado que tanta informação está gerando na vida das pessoas e, de modo muito especial, na vida das famílias. 

Nas redes sociais, além da presença de estudiosos e profissionais experientes nas mais diferentes áreas, temos também a presença massiva de “palpiteiros de plantão”. Com todo o respeito pela boa intenção das pessoas, arrisco dizer que podem causar mais estrago do que ajudar; afinal, compartilham opiniões e experiências pessoais, como se especialistas fossem. 

O resultado de todo esse movimento, infelizmente, tem se mostrado desastroso: centenas e centenas de pessoas que se apegam a orientações nem sempre fundamentadas, e acabam se escravizando – seguem à risca a opinião dos outros e abandonam sua capacidade de pensar, avaliar, ponderar e decidir se tal ou qual atitude sugerida pelos “experts” faz sentido em suas circunstâncias, em sua vida. 

Impressiona-me a quantidade de mães à beira do desespero que me procuram, porque não conseguem realizar o mesmo que “fulana” ou “beltrana” que tem tantos filhos e, mesmo assim, se sai “perfeitamente bem” no processo educativo dos filhos…. Gente, cuidado! Nem tudo o que reluz é ouro, nem todos estão aptos a ser guias para a sua vida. 

Não procurem nem acreditem que existam pessoas perfeitas, conhecimentos universais sobre educação dos filhos, caminho único para ter uma família feliz. Isso é um enorme equívoco e tem gerado caos nas famílias: mães inseguras que se percebem incapazes quando se comparam com suas “divas”; pais que acabam paralisados com medo de agir errado e, assim, abandonam seus filhos à falta de orientação. 

Posso dizer com muita tranquilidade a vocês: não existe caminho único, não existe receita pronta. O que existem são alguns caminhos mais seguros, princípios que valem a pena ser seguidos, mas não se esqueçam: os filhos foram confiados a vocês e Deus conta com vocês, como são, para formá-los e conduzi-los. Claro, aprender é importante, crescer como pessoa é necessário para ajudar os filhos a crescerem, mas não há crescimento verdadeiro sem reflexão, sem luta, sem tentativas e sem erros. Esse é o processo de todo e qualquer mortal, portanto, não se enganem. 

Cuidado com o que escolhem para escutar, assistir ou entrar na sua casa, no processo educativo dos seus filhos. Sejam criteriosos e prudentes. Aquilo que não faz sentido na realidade e perante os princípios que querem viver, deletem. Cresçam sim, mas cresçam para dentro. Esse será o motor que, de fato, os ajudará na formação de uma família sólida, na luta por criarem filhos fortes e virtuosos. 

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