No século XIX, na Europa, acontecia uma reorganização da economia e, consequentemente, o encaminhamento de muitas questões sociais. O que fazer com os empobrecidos? A Itália se organizava como nação e enfrentava a mecanização e a industrialização nas províncias ao Norte do país, mas a maioria da população era composta de famílias camponesas com muitos filhos. Havia muitos braços sem trabalho e bocas para serem alimentadas.
Restou a imigração para os milhões de italianos. Deixar o solo pátrio era a única alternativa possível. Deixar a pátria e ir para o desconhecido causava dores e feridas imensas no coração dos que partiam. A nostalgia da terra e a perda dos valores eram os sentimentos mais frequentes na imensa multidão que forçosamente deixava sua terra, casa e, principalmente, suas histórias. O que encontrar pela frente era sempre um imaginário, cercado de Fazer a América, com muitas incógnitas, que minavam o coração daquela gente, que tinha na família, na Igreja Católica e no trabalho a sustentação dos seus valores humanos e religiosos.
O que fazer diante deste flagelo humanitário? Qual o papel da Igreja Católica para os imigrantes? Para onde iam os imigrantes e quais as soluções encontradas pelas lideranças religiosas? Qual o papel das novas congregações para os imigrantes? Qual deveria ser a identidade cristã para as novas terras e sua gente? Como dar suporte humano e religioso aos que saem de suas terras? Como dimensionar respostas aos enfrentamentos e dificuldades das populações nativas encontradas pelos missionários?
Em 1895, nasceu a Congregação das Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu, as Scalabrinianas. Em 1924, a Beata Assunta Marchetti e algumas companheiras da Congregação partiram em missão para Monte Alto, cidade do interior paulista, para estarem com os mais necessitados e trabalharem na Santa Casa de Misericórdia. Era, na época, uma cidade com 43 anos de fundação, contando com muitos imigrantes italianos e seus descendentes, com uma população formada de outros imigrantes europeus, japoneses e libaneses. O governo não olhava com a devida atenção os primeiros habitantes dessa terra, nem os negros escravizados, que receberam a liberdade, mas não as condições devidas para uma vida digna. Em 1924, ocorreu ainda a Revolta Paulista, com bombardeamento da cidade de São Paulo e muitas perdas humanas.
Seja 2024 tempo de celebrar o belíssimo jubileu e momento de lembrar a vivacidade e a santidade dessa corajosa e extraordinária mulher e entusiasta e dinâmica religiosa, Beata Assunta Marchetti, e o grupo de Irmãs Missionárias de São Carlos Borromeu, que começaram suas atividades apostólicas na Santa Casa de Misericórdia, em 1924. Seja a oportunidade para buscar e contemplar, no cotidiano das nossas atividades, a santidade para nossa vida. Seja, também, tempo para promover mais vocações religiosas, para o bem de toda a Igreja, em todos os lugares em que estamos exercendo nosso chamado. Deus convoca e vamos respondendo com gratuidade e generosidade. A Sagrada Escritura nos ensina que “[…] a salvação que está em Jesus Cristo, com a sua glória eterna. Fiel é esta Palavra. Se com Ele morremos, com Ele viveremos” (2 Tim 2,10-11).
Padre Ulisses Leva, por favor, gostaria de um contato.
Sou esposa de seu primo Paulo, gostaria de algumas informações.
Agradeço sua atenção.