Peregrinos da Esperança 

No último dia 30 de dezembro, foi publicada pela Santa Sé a minha nomeação pelo Papa Francisco para ser o novo Arcebispo da Arquidiocese de Vitória, no Espírito Santo. Recebi com temor e tremor este chamado e missão, ciente das minhas fragilidades e limitações, mas de coração aberto ao misterioso plano de Deus, que se revela de tantos modos, em particular na vontade e nos planos da Igreja sobre nós. 

Esta nova missão chega na abertura do Ano Santo 2025, o Jubileu da Esperança. Não tenho dúvidas, à luz do mistério da fé, que é um sinal para estar unido como Igreja sinodal, que caminha na esperança, na participação e comunhão, para realizar a missão de construir o Reino de Deus anunciado e testemunhado por Jesus. Logo, fui chamado e enviado para ser, aqui e agora, um peregrino da esperança, em Jesus Cristo, pois ‘a esperança não engana’ (Rm 5,5). E como Peregrinos da Esperança, como nos recorda o Papa Francisco, somos todos chamados a realizar em plenitude o “encontro vivo e pessoal com o Senhor Jesus, ‘porta’ de salvação (cf. Jo 10,7.9); com Ele, que a Igreja tem por missão anunciar sempre, em toda a parte e a todos, como sendo a ‘nossa esperança’ (1 Tm 1,1)” (Bula do Jubileu, nº 1). Eis a nossa, e minha também, missão e compromisso. 

Sustentado pela sua graça e obediente ao mandato da Igreja, dei o meu consentimento, acolhendo com humildade e confiança na Providência Divina, o chamado do Santo Padre, para amar e servir generosamente o rebanho que me confiou. Desde já, quero ser mais um bom operário nesta messe do Senhor, um Bom Pastor segundo o Coração de Jesus, cheio de compaixão e misericórdia, iluminado e conduzido pela força do Espírito Santo, e sob a proteção materna de Nossa Senhora da Vitória, a querida padroeira da Arquidiocese de Vitória, a quem peço proteção. Nesse sentido, quero continuar sendo fiel ao meu lema episcopal que recorda o mandato da oração pelas vocações no contexto do chamado e do envio dos discípulos, o “carisma rogacionista”, instituto religioso ao qual pertenço: “Rogate ergo Dominum messis ut mittat operarios in messem suam” (cf. Mt 9,35-38; Lc 10,1-2). 

E aproveito essa ocasião e mensagem para expressar minha gratidão à Arquidiocese de São Paulo, onde fui Bispo Auxiliar por quatro anos, desde outubro de 2020. Tive a grande graça de colaborar com nosso Arcebispo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, que me acolheu com afeto e me sustentou e me animou na vida e no ministério. Agradeço também aos demais irmãos bispos auxiliares, alguns que já estão em outras dioceses, e que tivemos a alegria de caminhar juntos. Posso atestar que vivemos verdadeiramente como irmãos, em clima de profunda amizade e fraternidade episcopal, a serviço desta Igreja na grande metrópole paulistana. Em particular, claro, manifesto minha gratidão à Região Episcopal Ipiranga, onde mais diretamente estive a serviço nestes anos. A todos, indistintamente, agradeço e asseguro que levarei no coração as marcas profundas das primícias episcopais aqui exercidas. A todos, desejo um frutuoso Ano Santo, verdadeiramente jubilar, pois somos todos peregrinos da esperança. Minha prece e bênção. 

Comentários

  1. Parabéns, dom Angêlo! Que Santo Anibal e Nossa Senhora do Rogate estejam sempre a lhe guiar na grande Messe! Abraço fraterno da família Fermo.

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