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Quando uma pessoa comete suicídio, pode ser perdoada pelo Senhor?

Essa é a dúvida da Maria de Fátima, do bairro da Saúde. E ela também pergunta: “Padre, o que acontece com o espírito de quem se suicidou?” 

Minha irmã, houve um tempo em que a Igreja foi muito severa com as pessoas que cometeram suicídio. Seus corpos não podiam ser velados em capelas e templos; as exéquias, que são as orações oficiais que se fazem pelos mortos, eram proibidas, e nem missa de 7º dia se podia celebrar pelos suicidas. 

Crueldade de Igreja? Não. De forma alguma. Apenas uma forma de se valorizar a vida como dom de Deus. Ninguém tem o direito de tirar a própria vida. E o ato de suicídio era considerado um ato de desespero e de falta de confiança em Deus. 

“E hoje?”, você certamente se perguntará. Pois bem, hoje cresceu a reflexão na Igreja sobre o suicídio, e se reconhece que se trata de um ato tresloucado que acontece muitas vezes por falta de alguém ao lado da pessoa que a ajude a repensar, que a faça entender que qualquer problema possa ser resolvido e que a busca de solução sempre será melhor do que a terrível fuga do suicídio. 

Atualmente, a Igreja reconhece que existem problemas que levam as pessoas ao desespero, os quais podem ser de ordem psicológica, financeira, afetiva, ou fruto de traumas terríveis que fazem o suicida muito mais objeto de compreensão do que de censura. 

Eu diria a você que a Igreja hoje entende, iluminada pelo Espírito Santo, que pessoas que viveram um inferno nesta vida não podem ser condenadas a outro inferno na vida eterna, até porque Deus é misericordioso e cheio de ternura. Pense nisso, minha irmã! 

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