A oração feita de modo desatento tem valor?

A Maria do Carmo, de Pirituba, me escreveu com a seguinte dúvida: “Eu me disperso muito quando rezo. Como evitar isso? A oração feita com distração tem valor?”.

Hoje em dia, minha irmã, é muito difícil rezar sem se distrair. Vivemos em um mundo cheio de informações que nos chegam de várias fontes. Se saímos de casa, buzinas de automóveis, gritos de vendedores, revistas e cartazes para todo lado. Some-se a isso tudo nossos cuidados diários com a casa, com as crianças, com o trabalho em casa e fora de casa. E há também o celular nos chamando sempre. Se fica difícil até dormir à noite com tanta coisa na cabeça, imagine parar, concentrar-se e fazer uma oração silenciosa em comum. Quando não é o sono, são as preocupações.

Nós temos que aprender com Jesus, minha irmã, a fugir do barulho deste mundo. Ele procurava lugares desertos para orar a sós ou com os discípulos. No começo, pode parecer até difícil e não vamos conseguir mesmo, mas a persistência, a reserva de um pequeno deserto para estarmos a sós com Deus, o exercício de se desligar de certas preocupações que de forma alguma vão se dissipar na hora que a gente quer, vai nos ajudar a nos concentrar para conversar com Deus e para ouvi-lo.

Distrair-se na oração não faz com que perca o seu valor. Se buscamos a Deus de todo o coração, se nos abrimos ao diálogo com Ele, mesmo que aconteçam muitas distrações, o essencial que queremos, falar e ouvir a Deus, tem valor. Melhor orar, mesmo com distrações, do que não orar de forma alguma.

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