Recebi esta interessante pergunta da Irmã Maria Alba, do bairro do Morumbi: “O cântico do Magnificat, cantado por Maria na visita a Isabel, é de autoria de Maria ou da profetisa Ana?”.
Irmã Maria Alba, dou graças a Deus pela oportunidade que tenho de dialogar com os ouvintes da rádio 9 de Julho e com os leitores do jornal O SÃO PAULO. Esta sua pergunta me fez correr atrás da história de Ana, esposa de Elcana, uma mulher que sofria por não ser mãe, por mais que seu marido a consolasse, dizendo-lhe que ela valia para ele mais do que dez filhos. Certa vez, em oração no templo, Ana rezou com tanto fervor que o sacerdote achou que ela estivesse bêbada. Ela, porém, disse que estava dizendo a Deus a sua dor por não ser mãe. Enfim, Deus concede a Ana a graça da maternidade e ela, ao apresentar seu filho, deu-lhe o nome de Samuel. Ana, então, cantou as maravilhas que Deus realizou nela e no seu povo de Israel.
O canto de Ana é muito bonito e nota-se nele a mesma reflexão do cântico de Maria.
As duas grandes mulheres cantam e glorificam a Deus pela ação maravilhosa de Deus em suas vidas. Os estudiosos da Bíblia entendem que o cântico de Ana no Antigo Testamento preparou o cântico de Maria.
Quem desejar comparar os dois cânticos é só ler o primeiro livro de Samuel, 2,1-10, e o Evangelho segundo São Lucas, 1,46-55. Vale a pena conferir. Mais uma vez, percebemos que o Antigo Testamento contém o Novo Testamento.