Quando desejamos mal ao outro o que acontece conosco?

Eis a dúvida que recebi do Mário Rogério Leme: “Quando a gente discute com alguém, fica nervoso e acaba dizendo maledicências contra a pessoa, desejando coisas ruins a ela, mesmo que nos arrependamos, essa atitude traz consequências para nossa vida?”.

Bela pergunta! De fato, todos nós, em momentos de ira, naqueles momentos em que alguém nos tira realmente do sério, podemos dizer coisas que machucam as pessoas. Mas passados esses momentos, a gente percebe que exagerou. Todos nós, por mais duros que sejamos, temos uma consciência que nos acusa e grita: “Ei! O que que você fez? O que você disse? Para que você foi dizer isso?”

O problema é que a consciência nos acusa, mas, infelizmente, o orgulho não nos deixa pedir perdão, pedir desculpas, dizer: “Olha, foi num momento de branco na minha cabeça que eu disse aquilo, me perdoe. Eu estou envergonhado do que disse”.

Mário, você me pergunta se esses destemperos verbais trazem alguma consequência, eu vou dizer uma coisa: trazem se eles se repetem continuamente e nós não nos damos conta deles. Eles vão nos tornando pessoas amargas, nos afastando dos outros, nos isolando. Ninguém gosta de estar perto de uma pessoa que vive de cuspir maldição e de falar e desejar o mal aos outros. Por isso, é bom que a gente se policie, que conte até dez antes de dizer alguma coisa.

Sobre falar dos outros, fazer aquilo que chamamos de maledicência, há uma regra aprendida dos santos que deveríamos tê-la sempre na memória e no coração. Quando nos vier aquela coceirinha na língua, aquela vontade de acabar com alguém que nos prejudicou ou nos é antipático, a gente tem de responder a três perguntas:

1. É verdade o que eu vou dizer?
2. É construtivo? Vai ajudar a pessoa?
3. É necessário mesmo dizer isso?

Se a resposta ainda que seja para uma só destas três perguntas for não, fique quieto, não fale. Se as três respostas não forem sim, engula suas palavras.

guest
1 Comentário
Inline Feedbacks
Veja todos os comentários
Marília de Fátima Souza Amorim da costa
Marília de Fátima Souza Amorim da costa
1 ano atrás

Com certeza absoluta. A ira é um descontrole total. Quando nos deixemos invadir pela tentação e a raiva. O perdão é libertador. E as palavras tem força de derrubar ou de motivar. Obrigada por essa reflexão Padre.