Vender bebida alcoólica em festas na igreja é correto?

A Edna, aqui de São Paulo, me faz a seguinte pergunta: “Padre, diante da problemática do vício do álcool, gostaria de saber por que a Igreja comercializa bebidas alcoólicas nas festas juninas e do padroeiro?”.

Vamos com calma, Edna. Primeiramente, vamos lembrar que o vinho é uma bebida bíblica. No livro sagrado, o vinho é o símbolo da alegria, da festa. Não se esqueça, também, de que o primeiro milagre de Jesus foi numa festa de casamento: a pedido de Maria, ele transformou 600 litros de água em vinho de primeira qualidade. E o mordomo daquela festa de casamento chegou a dizer ao noivo que ele reservou o melhor vinho para o fim, quando todos já estavam embriagados.

Lembremos também, que ao celebrar a última Ceia, Jesus transformou pão e vinho em seu Corpo e Sangue. Não se tratava de suco de uva. Era vinho mesmo. Na cultura judaica, o vinho era bebida comum.

São Paulo Apóstolo, em uma de suas cartas, chegou a aconselhar um amigo seu a tomar um pouco de vinho para combater a dor de estômago que estava sentido. E na parábola do Bom Samaritano, Jesus afirma que o Samaritano tratou as feridas do homem que foi ferido por salteadores com azeite e vinho.

Você, minha irmã, corretamente alerta para o grande problema do alcoolismo. Veja: não é a bebida alcoólica o grande problema, mas, sim, o mau uso dela que faz da pessoa uma escrava. Portanto, penso não haver problema em que nas festas nas igrejas se ofereça uma caipirinha nas feijoadas, uma cerveja nos almoços, um quentão ou vinho quente nas quermesses.

Lembro, ainda, que a Igreja oferece seus espaços para quem quer se libertar do álcool. Quando se evita o exagero e se respeita as pessoas, com atenção à saúde e aos locais onde se bebe, celebrar a vida e os bons momentos com bebidas alcoólicas pode ser algo muito bonito.

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