Movido pela esperança, o educador forma para um mundo novo

O Papa Francisco exorta os educadores a não se deixarem levar pelo medo e pela insegurança, mas, confiantes em Cristo, a ajudarem na formação de pessoas comprometidas com a construção de um mundo melhor (Trechos do Discurso aos participantes na Plenária do Dicastério para a Cultura e a Educação, 21/nov/2024).

Arte: Sergio Ricciuto Conte

O mundo não precisa de repetidores sonâmbulos do que já existe; preci­sa de novos coreógrafos, de novos intérpretes dos recursos que o ser humano traz dentro de si, de novos poetas sociais. Com efeito, não há ne­cessidade de modelos educativos que sejam meras “fábricas de resultados”, sem um projeto cultural que permi­ta a formação de pessoas capazes de ajudar o mundo a virar a página, er­radicando a desigualdade, a pobreza endêmica e a exclusão. As patologias do mundo atual não constituem uma fatalidade que devemos aceitar de maneira passiva e muito menos con­fortavelmente […]

Compreendei a vossa missão no campo educativo e cultural como um apelo a dilatar os horizontes, a trans­bordar de vitalidade interior, a abrir espaço para possibilidades inéditas, a dispensar as modalidades do dom que só se torna mais amplo quando é compartilhado. A um educador e a um artista, o nosso dever é dizer: “Sede copiosos, arriscai!”.

Não há motivo para nos deixar­mos dominar pelo medo. Primei­ro, porque Cristo é o nosso guia e companheiro de viagem. Segundo, porque somos depositários de uma herança cultural e educativa maior do que nós mesmos. Somos herdei­ros das profundezas de Agostinho. Somos herdeiros da poesia de Efrém, o Sírio. Somos herdeiros das Escolas das Catedrais e de quem inventou as Universidades; de Tomás de Aquino e de Edith Stein. Somos herdeiros de um povo que encomendou as obras do Beato Angélico e de Mozart ou, mais recentemente, de Mark Rothko e de Olivier Messiaen. Somos herdei­ros de artistas, homens e mulheres, que se deixaram inspirar pelos mis­térios de Cristo. Somos herdeiros de cientistas eruditos, como Blaise Pas­cal. Em síntese, somos herdeiros da paixão educativa e cultural de muitas Santas e muitos Santos.

Circundados por um número tão grande de testemunhas, libertemo­-nos de qualquer fardo do pessimis­mo, não é cristão! Confluamos, com todas as nossas forças, para livrar o ser humano da sombra do niilismo, que é talvez a chaga mais perigosa da cultura de hoje, pois é ela que preten­de das Catedrais e de quem inventou as Universidades; de Tomás de Aquino e de Edith Stein. Somos herdeiros de um povo que encomendou as obras do Beato Angélico e de Mozart ou, mais recentemente, de Mark Rothko e de Olivier Messiaen. Somos herdei­ros de artistas, homens e mulheres, que se deixaram inspirar pelos mis­térios de Cristo. Somos herdeiros de cientistas eruditos, como Blaise Pas­cal. Em síntese, somos herdeiros da paixão educativa e cultural de muitas Santas e muitos Santos.

Circundados por um número tão grande de testemunhas, libertemo­-nos de qualquer fardo do pessimis­mo, não é cristão! Confluamos, com todas as nossas forças, para livrar o ser humano da sombra do niilismo, que é talvez a chaga mais perigosa da cultura de hoje, pois é ela que preten­de anular a esperança. E não nos es­queçamos: a esperança não desilude, é força! Aquela imagem da âncora: a esperança não desilude!

Se posso compartilhar um segre­do, às vezes sinto o desejo de gritar ao ouvido desta época da história: “Não esquecer a esperança!”. Por vezes, há o mito de Turandot: pensar que a es­perança desilude sempre. Conto con­vosco a fim de que o Ano jubilar, já próximo, possa ampliar este grito. Há muito a fazer: este é o momento de arregaçar as mangas […]

Um âmbito particularmente re­levante que determina mudanças epocais é o dos enormes saltos que se verificam no desenvolvimento científico e nas inovações tecnoló­gicas. Hoje, não podemos ignorar o advento da transição digital e da inteligência artificial, com todas as suas consequências. Este fenômeno coloca-nos perante questões cruciais […] Contudo, repito: não podemos deixar que prevaleça o sentimento do medo […] Contemplar Cristo vivo permite-nos ter a coragem de nos lançarmos para o futuro, confiando na palavra do Senhor que nos desa­fia: “Passemos para a outra margem” (Mc 4,35). Por favor, não sejais edu­cadores sonolentos! O educador vai sempre em frente, sempre!

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