Quando o peregrino é o próprio Papa

Vatican Media

Os costumes e tradições religiosas adquiridos na infância tornaram-se hábitos que não desapareceriam como Papa. Levar flores para Nossa Senhora é um deles. Em Buenos Aires, ele levava flores todo dia 24 de maio a Nossa Senhora Auxiliadora, em sua imponente basílica em Almagro. Em Roma não foi di- fícil encontrar outro lugar para fazer o mesmo. “O primeiro ato do Papa Francisco: um buquê de flores para Nossa Senhora”, conforme narrado pelo jornalista Sérgio Mora, ainda atônitos com a eleição e sem saber o que esperar do novo Pontífice. Nesse primeiro ato não oficial fora da Cidade do Vaticano, Francisco revelava algo mais do seu coração, da sua piedade pessoal e da atitude interior com a qual queria enfrentar o desafio humildemente assumido perante o Senhor e a sua Igreja no dia anterior. Certamente, foi desses atos espontâneos, não calculados, que “vêm de dentro”, como ele costuma dizer.

Chegou por volta das oito da manhã à sacristia da Basílica de Santa Maria Maior, atravessou a nave central até chegar ao belo ícone bizantino da Salus Populi Romani. Em seguida, colocou aos pés da imagem, sobre o altar, um buquê simples composto por uma orquídea violeta rodeada por flores de várias cores. Rezou cerca de dez minutos de joelhos e concluiu a homenagem com o canto da Salve Regina. Um pequeno ritual que se repetiria muitas vezes durante seu pontificado. Uma visita privada, não oficial, sem programas ou discursos, mas expressão de um puro e simples ato de piedade mariana. Também um ato de piedade popular, pois é exatamente o que faz qualquer peregrino, membro do santo povo fiel de Deus, que se dirige a um santuário de Nossa Senhora para lhe prestar homenagem, pedir e agradecer-lhe por sua proteção e intercessão.

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