Ressurreição de Jesus: verdade culminante da nossa fé

DOMINGO DE PÁSCOA

Vós sabeis o que aconteceu em toda a Judeia, a começar pela Galileia, depois do batismo pregado por João: como Jesus de Nazaré foi ungido por Deus com o Espírito Santo e com poder. Ele andou por toda a parte, fazendo o bem e curando a todos os que estavam dominados pelo demônio; porque Deus estava com Ele. E nós somos testemunhas de tudo o que Jesus fez na terra dos judeus e em Jerusalém. Eles o mataram, pregando-o numa cruz. Mas Deus o ressuscitou no terceiro dia, concedendo-lhe manifestar-se não a todo o povo, mas às testemunhas que Deus havia escolhido: a nós, que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos. (At 10,37-41)

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Considerada a data mais importante do calendário litúrgico católico, no Domingo de Páscoa se celebra a vitória da vida sobre a morte e o testemunho dos após- tolos de que o túmulo está vazio, pois o “Senhor verdadeiramente ressuscitou”.

“‘A Ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo, acreditada e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada como parte essencial do mistério pascal, ao mesmo tempo que a cruz: ‘Cristo ressuscitou dos mortos. Pela Sua morte vence a morte, e aos mortos deu a vida’ (Liturgia Bizantina, Tropário de Páscoa)” (CIC 638).

Assim, depois de morrer crucificado, ser sepultado e descer à mansão dos mortos, Cristo ressuscitou, seu espírito e seu corpo foram reunificados. “A fé na Ressurreição tem por objeto um acontecimento, ao mesmo tempo historicamente testemunhado pelos discípulos (que real- mente encontraram o Ressuscitado) e misteriosamente transcendente, como entrada da humanidade de Cristo na glória de Deus” (CIC 656).

Na missa da Páscoa da Ressurreição do Senhor também é realizada a bênção da água e a aspersão sobre os fiéis, na qual a comunidade reunida bendiz a Deus por tudo o que fez por meio da água ao longo da História da Salvação, implorando-Lhe que, hoje, também esse sinal atualize o Espírito de vida sobre os batizados: “Que esta água seja para nós uma recordação do nosso Batismo e nos faça participar da alegria dos que foram batizados na Páscoa”.

Antes da proclamação do Evangelho é entoada a Sequência Pascal, que estruturada como um hino tem a seguinte introdução:

Cantai, cristãos, afinal/
Salve, ó vítima pascal/
Cordeiro inocente, o Cristo/
Abriu-nos do Pai o aprisco/
Por toda ovelha, imolado/
Do mundo lava o pecado/
Duelam forte e mais forte/
É a vida que vence a morte;

Há, ainda, como que um diálogo entre os apóstolos e Maria Madalena, que vira o túmulo vazio:

Responde, pois, ó Maria/
No caminho, o que havia?
Alegremente, o canto é concluído:
O Cristo que leva aos céus
Caminha à frente dos seus
Ressuscitou de verdade
Ó Cristo Rei, piedade

COMO É DEFINIDA A DATA DA PÁSCOA?

A comemoração da Páscoa cristã não acontece em uma data fixa. Isso se deve ao fato de esta celebração estar associada à tradição judaico-cristã. Como os textos bíblicos afirmam, Jesus morreu em uma sexta-feira antes da Páscoa judaica (Pessah, na língua hebraica), que segundo o calendário próprio, baseado nos ciclos lunares, acontece sempre na primeira lua cheia após o equinócio da primavera no Hemisfério Norte. O equinócio é um fenômeno natural relacionado à posição do sol em relação à terra, que faz com que o dia e a noite durem exatamente o mesmo tempo. Como a Ressurreição de Jesus é celebrada no domingo, a Páscoa cristã acontece, portanto, sempre no primeiro domingo após a primeira lua cheia depois do equinócio da primavera no Hemisfério Norte (equinócio de outono no Hemisfério Sul).

Dessa forma, a comemoração para os cristãos não é fixa e a cada ano ocorre em uma data diferente, entre 22 de março e 25 de abril. Em 2024, o Domingo de Páscoa será em 31 de março.

Pesquisa e redação dos textos: Daniel Gomes e Fernando Geronazzo

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