Comunidades Eclesiais Missionárias são tema em destaque na Assembleia das Igrejas

Comunicação Regional Sul 1 da CNBB

Arcebispos, bispos, padres coordenadores diocesanos de pastoral e representantes leigos das seis arquidioceses e 36 dioceses do estado de São Paulo, bem como coordenadores e assessores estaduais de pastorais, movimentos e serviços eclesiais, participaram da 43º Assembleia das Igrejas Particulares (AIP) do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), realizada entre os dias 14 e 16 no Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida, em Aparecida (SP). 

O tema central foi “Comunidades Eclesiais Missionárias numa Igreja Sinodal”, e também se falou sobre a situação da Igreja no estado, no Brasil e no mundo, e a respeito do atual momento social e político do País. 

Conforme os estatutos do Regional Sul 1, a finalidade da AIP é “contribuir para a reflexão sobre a vida da Igreja, possibilitar e promover trocas de experiências entre as dioceses e avaliar a aplicação das diretrizes da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil”, em um amplo processo de escuta e encaminhamentos pastorais. 

Na celebração de abertura, na sexta-feira, 14, Dom Pedro Luiz Stringhini, Bispo de Mogi das Cruzes (SP) e Presidente do Regional Sul 1, recordou os 70 anos de criação da CNBB e destacou a comunhão que as dioceses do estado de São Paulo devem buscar: “Que nossas Igrejas Particulares, reunidas com espírito sinodal, exerçam a unidade”. 

O primeiro momento de reflexão da AIP foi uma análise de conjuntura social e eclesial, conduzida pelo Padre Paulo Renato Campos, do clero da Diocese de São José dos Campos (SP) e Assessor político da CNBB. Ele explicou que, diante do cenário político nacional, a preocupação eclesial se pauta sempre nos valores da vida e nunca de partidos políticos, e que o testemunho cristão é escancarado na sociedade pela identidade e pelos valores dos fiéis. “Somos ‘gente de Igreja’ e devemos sempre estar prontos a dar razões à nossa esperança. Busquemos o testemunho de unidade na diversidade”, ressaltou. 

COMUNIDADES ECLESIAIS MISSIONÁRIAS 

As atividades do segundo dia da AIP tiveram início com a missa presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer. Na homilia, o Arcebispo de São Paulo afirmou que, “desde os apóstolos, a Igreja é chamada a se renovar sempre na missão e ter presente que ela é uma comunidade de discípulos missionários”, e fez votos de que “o Espírito Santo nos inspire na conversão pastoral para que nossas comunidades se tornem cada vez mais missionárias”. 

O tema central da 43º AIP – Comunidades Eclesiais Missionárias (CEM) – foi refletido ao longo de todo o sábado, com a assessoria do Padre José Carlos Pereira, passionista e teólogo pastoralista. 

As CEM são comunidades para a concreta conversão pastoral, por meio da vivência da comunhão e da solidariedade, e devem propiciar meios para a Iniciação à Vida Cristã e para uma formação cristã sólida, integral e permanente. As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil (DGAE 2019-2023) apontam que a conversão pastoral implica “a formação de pequenas Comunidades Eclesiais Missionárias, nos mais variados ambientes, que sejam casas da Palavra, do pão, da caridade e abertas à ação missionária” (n.33) e que nessas comunidades, “os cristãos leigos e leigas, a partir da participação na vida da Igreja, do senso de fé, dos carismas, dos mistérios e do serviço cristão à sociedade, vivam sua vocação e sua missão, em comunhão e solidariedade” (n.36). 

No programa “Encontro com o Pastor”, na rádio 9 de Julho, no sábado, 15, Dom Odilo, falando diretamente da 43º AIP, lembrou que as dioceses, as paróquias, as pequenas comunidades, movimentos, associações de fiéis e famílias também são comunidades eclesiais missionárias. 

“Jesus quis a Igreja como o seu corpo missionário que continuasse no mundo a desempenhar sua missão. Hoje, somos aqueles que devem dar voz às Palavras de Cristo, reunir e instruir seus discípulos, conduzi-los e ajudá-los a testemunhar o Evangelho. Essa é a nossa missão como comunidades eclesiais missionárias”, afirmou Dom Odilo, ressaltando que a Igreja está sempre em construção e todos são chamados a fazer missão “de um modo renovado e aprofundado, para que possa- mos conseguir mais pessoas para dar também o testemunho de Jesus Cristo junto conosco”. 

MENSAGEM AOS PROFESSORES 

Também no sábado, os participantes da 43º AIP apresentaram uma carta aos educadores por ocasião do Dia do Professor, expressando gratidão por aquilo que “são e significam na vocação de ensinar crianças, adolescentes, jovens e adultos” e cumprimentando-os “por falarem com sabedoria e ensinarem com amor”, citação alusiva ao lema da Campanha da Fraternidade de 2022. 

Na carta, os educadores são convidados “a estarem bem atentos ao Pacto Educativo Global proposto pelo Papa Francisco, em vista de uma educação integral e inclusiva, capaz de uma escuta paciente e de um diálogo construtivo, no qual a unidade supere o conflito”. 

PELA INTERCESSÃO DE NOSSA SENHORA APARECIDA 

Uma caminhada com os participantes da 43º Assembleia das Igrejas Particulares movimentou o Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida na noite do sábado, 15, com a imagem da Padroeira do Brasil sendo conduzida do Centro de Eventos Padre Vitor Coelho de Almeida até a Basílica. 

Com orações e ao som de canções populares, este momento mariano de espiritualidade buscou consagrar a Nossa Senhora Aparecida os esforços pastorais realizados pela Igreja no estado de São Paulo. À Padroeira do Brasil, os participantes dirigiram preces para que se estabeleça a mudança de estruturas, manifestada na conversão pastoral e no desejo de uma Igreja sinodal em estado permanente de saída missionária, como propõe o Papa Francisco. 

Na manhã do domingo, 16, os participantes da 43º AIP estiveram na Basílica do Santuário Nacional para a missa presidida pelo Cardeal Paulo Cezar Costa, Arcebispo de Brasília (DF). Na homilia, ele afirmou que o Concílio Vaticano II, cujos 60 anos de abertura se celebram neste mês, “é uma bússola segura para o caminho da Igreja”. O Purpurado também recordou os 15 anos da V Conferência Geral do Episcopado Latino-Americano e do Caribe. Após a missa, ele participou da última sessão da Assembleia, na qual falou sobre a dimensão missionária do Regional como desdobramento experiência de fé das Comunidades Eclesiais Missionárias. 

Durante a missa, Dom Pedro Luiz Stringhini, Presidente do Regional, Dom Edmilson Amador Caetano, Vice-presidente, e Dom Luiz Carlos Dias, Secretário, consagraram a Nossa Senhora Aparecida as atividades pastorais do Regional Sul 1 da CNBB. 

(Com informações da Comunicação Regional Sul 1 da CNBB) 

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