COVID-19: aumentam ações de combate à doença diante da expansão da ômicron

No Brasil, teve início a vacinação de crianças e Anvisa pode liberar nesta semana os autotestes. Tempo de isolamento para quem testou positivo teve recentes alterações

Vacinação de criança indígena em SP (foto: Governo do Estado de São Paulo)

A pandemia de COVID-19 tem um novo capítulo com a expansão da variante ômicron por todos os continentes. Entre os dias 4 e 17, de acordo com a plataforma Our World in Data, foram confirmados quase 38 milhões de novos casos, mas, graças à gradativa imunização das pessoas – 50,4% da população do planeta está completamente imunizada contra o coronavírus –, não tem havido igual proporção de mortos pela doença.

Entre os dias 3 e 9 deste mês, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a alta de novos casos foi de 55% em relação à semana anterior. O sudeste da Ásia foi a região com o maior aumento de pessoas infectadas, ou seja, alta de 418%. Nas Américas, onde o aumento de casos foi de 78%, com 6,1 milhões de registros, a variante ômicron foi detectada em pelo menos 42 países e territórios.

NO BRASIL

Na segunda-feira, 17, a média móvel de novos casos nos últimos sete dias estava em 75.253, a maior registrada desde 24 de junho de 2021. A média móvel de mortes nos últimos sete dias foi de 160 óbitos/dia, alta de 66% se comparado a duas semanas atrás.

Nas últimas semanas, o Ministério da Saúde acelerou o processo de compra e distribuição de vacinas para o público de 5 a 11 anos, anunciou mudanças no período de isolamento para pessoas infectadas e encaminhou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) o pedido de liberação para que se comercializem os autotestes no País.

VACINAÇÃO INFANTIL

Após a chegada ao Brasil, na quinta-feira, 13, de um lote de 1,2 milhão de doses da vacina da Pfizer contra a COVID-19 para o público infantil, já na sexta-feira, 14, algumas cidades começaram a vacinar as crianças de 5 a 11 anos. A recomendação do Ministério da Saúde é de que a prioridade seja para aquelas com comorbidades, deficiências, indígenas e quilombolas, e posteriormente por ordem de idade decrescente, ou seja, primeiro pelas de 11 anos, até se chegar às de 5.

Até o fim de março, o País receberá ao todo 20 milhões de doses dessa vacina que tem dosagem menor que a aplicada em maiores de 12 anos e uma rotulagem diferente, na cor laranja, para não ser confundida com os frascos voltados para adultos, jovens e adolescentes, de cor roxa.

A vacinação das crianças só é feita mediante a presença dos pais ou responsável legal. O retorno para a segunda dose deve ser em oito semanas.

A segurança da vacina para o público infantil foi reafirmada em nota técnica conjunta, de 21 de dezembro, da Sociedade Brasileira de Imunizações e da Sociedade Brasileira de Pediatria. Além disso, no dia 13, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, declarou que “mais de 8 milhões de doses foram aplicadas nos Estados Unidos, e nas crianças de 5 a 11 anos não têm sido notificados eventos adversos maiores. Portanto, até o que nós sabemos de momento, existe segurança atestada não só pela Anvisa, mas também por outras agências regulatórias”.

MUDANÇAS NO PERÍODO DE ISOLAMENTO

Foto: Prefeitura de São Paulo

Desde o dia 10, autoridades de saúde dos estados e municípios já podem adotar as mais recentes recomendações do Ministério da Saúde sobre o período de isolamento de pessoas cujo teste para a COVID-19 deram positivo e estejam com casos leves e moderados da doença. Assim, a saída do isolamento pode ocorrer após:

– 5 DIAS: desde que o paciente não apresente sintomas respiratórios e febre há pelo menos 24 horas e não tenha feito o uso de antitérmicos. É necessário também que apresente resultado negativo no teste de antígeno (teste rápido) ou o RT-PCR. Se o resultado do teste for positivo, o isolamento deve ser mantido até o 10º dia após o início dos sintomas.

– 7 DIAS: a pessoa, ainda que apresente os sintomas da doença, poderá fazer um novo teste. Caso o resultado seja negativo, deverá aguardar 24 horas sem sintomas respiratórios e febre, sem uso de antitérmicos, para sair do isolamento. Se o resultado do teste for positivo, o isolamento continua até o 10º dia.

– 10 DIAS: passado este período do início dos sintomas ou diagnóstico laboratorial, a pessoa poderá sair do isolamento, sem a necessidade de fazer um novo teste de PCR ou antígeno, desde que não tenha apresentado sintomas respiratórios e febre por um período de 24 horas nem feito o uso de antitérmico.

Importante: mesmo quem contraiu a doença e dela já se recuperou deve manter as medidas não farmacológicas já conhecidas: uso de máscaras, distanciamento social, evitar aglomerações e higienização frequente das mãos.

AUTOTESTE

Foto: Pixabay

A Anvisa pode autorizar, ainda nesta semana, a comercialização de autotestes para a COVID-19 no Brasil. O pedido foi feito pelo Ministério da Saúde, na quinta-feira, 13. Ainda que a liberação seja concedida agora, poderá demorar algumas semanas para que haja autotestes disponíveis para a venda no Brasil.

O chamado autoteste TR-Ag possui resultado rápido, o que permite que nos casos de diagnóstico positivo prontamente se inicie o isolamento. Outras vantagens listadas pelo Ministério da Saúde são a possibilidade de as pessoas fazerem o autoteste antes de se reunirem em ambientes fechados, reduzirem a sobrecarga dos serviços de saúde ou já poderem procurar ajuda médica assim que seus testes derem resultado positivo para a doença.

As empresas que comercializarem os autotestes deverão fornecer suporte aos usuários, por telefone, sem custo, disponível 24 horas por dia, com acesso direto a pessoal capacitado para atender, orientar e encaminhar as demandas do interessado sobre o uso do produto, interpretação dos resultados e posteriores procedimentos.

Em caso de resultado positivo/reagente, o paciente deverá procurar imediatamente atendimento médico. Se der negativo, ainda não se pode descartar uma possível contaminação de COVID-19 e, em casos nos quais os sintomas típicos da doença persistam, é necessário procurar o atendimento de saúde para o devido diagnóstico.

(Com informações do Ministério da Saúde, OMS e Our World in Data)

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