‘Edith Stein – A Estrela e a Cruz’: um monólogo inspirado na vida e obra da santa carmelita

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Baseado nos escritos da religiosa e filósofa morta em uma câmara de gás em Auschwitz, o monólogo “Edith Stein – A Estrela e a Cruz” estará em cartaz na capital paulista unicamente nos dias 30 de julho e 6 de agosto. A Santa carmelita é interpretada pela atriz Daniela Schitini. A produção e direção da peça teatral é de Hélder Mariani. 

O monólogo tem por objetivo traçar um panorama biográfico de Edith Stein, no contexto histórico do período entre a primeira metade do século XX e os dias atuais. 

A encenação retrata sua origem numa família judia, seu tempo de estudos acadêmicos, sua conversão, a entrada na Ordem das Carmelitas Descalças de Colônia, na Alemanha, e a ascensão dos importantes movimentos filosóficos do século XX. 

“A Estrela e a Cruz” é um marco por ocasião dos 80 anos do martírio de Edith Stein, a ser recordado no próximo dia 9 de agosto. 

PEDIDO DO CARDEAL 

Hélder Mariani, 57, recordou que a ideia da encenação da história da vida e obra de Edith Stein partiu de um pedido do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, em um retiro do clero no Mosteiro de Itaici, em Indaiatuba (SP). 

“Na ocasião, eu apresentava ao clero da Arquidiocese a peça sobre São João da Cruz. No final da apresentação, Dom Odilo sugeriu uma peça sobre a vida e obra de Edith Stein. Para completar a espiritualidade carmelita da noite escura, nasceu a partir desse pedido: ‘A Estrela e a Cruz’”, recordou Mariani. 

A partir do convite, Mariani debruçou-se sobre a história de Edith Stein e, impressionado por sua obra intelectual, legado religioso e espiritual, dedicou-se à concepção do novo projeto, que faz parte da trilogia de santos apresentados no formato de monólogo. 

“O primeiro foi Santa Teresinha, São João da Cruz e agora Edith Stein – uma oportunidade de apresentar na dramaturgia a vida de homens e mulheres que, com seu testemunho de vida e santidade, inspiram a nossa caminhada de fé cotidiana”, disse o diretor. 

Mariani ressaltou que em sua pesquisa se impactou com Edith Stein, que “foi uma Santa, carmelita e filósofa que se apaixonou pelo Evangelho e pela mística carmelitana. Ela atravessou a noite escura da fé e deixou um grande exemplo de testemunho de fé”, recordou. 

O diretor ressaltou que o legado de Edith Stein traz temas contemporâneos que provocam a reflexão na atualidade. “A história de uma santa católica ainda pouco conhecida, mas que traz em seus escritos temas tão atuais para os nossos dias”, destacou, ressaltando que quem assistir ao monólogo vai se surpreender. “Muito além de um espetáculo, é um espaço de reflexão e exercício espiritual à luz da vida e obra desta grande Santa católica”, disse. 

Após a estreia do monólogo em São Paulo, a intenção do diretor é percorrer o Brasil com a obra. 

NO PALCO 

Daniela Schitini, 49, dramaturga e atriz que interpreta Edith Stein no monólogo, disse que a peça teatral se concentra no momento antes da saída da religiosa do Mosteiro Carmelita de Echt, Holanda; na sua cela monástica, quando vai arrumar as poucas coisas que teve autorização para levar naquele dia 2 de agosto de 1942, quando dois oficiais nazistas, na portaria do Mosteiro, exigiram a saída de Irmã Teresa. 

A atriz ressaltou que é emocionante interpretar a história da vida da Santa – sua origem numa família judia, seu tempo de estudos acadêmicos, sua conversão, a entrada na Ordem das Carmelitas Descalças, sua ascensão nos movimentos filosóficos do século XX, suas escolhas e desafios até o martírio em um campo de concentração. 

“Interpretar Edith é desafiador. Exigiu muita leitura e aprofundamento sobre sua vida e obra. Ela é uma mulher forte, marcada por uma trajetória de múltiplas camadas para a reflexão em nossos dias atuais”, disse, frisando Edith Stein como “mulher de postura irrepreensível, que abraçou a fé não obstante os obstáculos enfrentados. Seu exemplo repercute em nossos dias e merece ser reconhecido e propagado”, enalteceu. 

‘MÁRTIR DO AMOR’ 

A festa de Santa Teresa Benedita da Cruz, no civil Edith Stein, copadroeira da Europa, é celebrada na Igreja no dia 9 de agosto. Ela foi canonizada por São João Paulo II, em 1998, que lhe deu o título de “mártir do amor”. 

Edith nasceu em Breslávia, na Polônia, em 1891, e morreu como mártir no campo de concentração de Auschwitz, em 9 de agosto de 1942. 

Doutorou-se em Filosofia, tendo sido uma das dez primeiras mulheres da Alemanha a obter tal título. Dedicou-se à fenomenologia na Universidade de Gottingen, onde conheceu o pensamento de Husserl e Martin Heidegger (dois dos mais importantes filósofos do século XX). Nesse curso, começou a ter os primeiros contatos com o catolicismo e, ao ler a autobiografia de Santa Teresa D’Ávila, pediu para ser batizada na Igreja Católica. 

No meio católico, exerceu intensa atividade como professora, conferencista, tradutora e escritora. Em 15 de abril de 1934, ingressou para o Carmelo alemão de Colônia, recebendo o nome religioso de Teresa Benedita da Cruz. 

Na clausura, escreveu um de seus livros mais importantes, “Ser finito e ser eterno”, no qual buscou aproximar as filosofias de Husserl e de Tomás de Aquino. 

Por causa do regime nazista, Edith Stein e sua irmã de sangue, Rosa, acabaram presas e levadas para o campo de concentração de Auschwitz, onde foram executadas na câmara de gás. 

Edith Stein ofereceu sua vida pela salvação das almas, a libertação do seu povo e a conversão da Alemanha. 

SERVIÇO 

Em cartaz: 30 de julho e 6 de agosto, às 20h
Local: Auditório São Paulo (360 lugares)
Rua Dona Inácia Uchôa, 62, Vila Mariana (próximo ao Metrô Vila Mariana)
Ingressos disponíveis em: https://sympla.com.br 
Valor: R$ 30,00, meia: R$ 15,00 

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