Na procissão de Corpus Christi, a Igreja em São Paulo roga a Deus pelo sínodo e pela dignidade humana

Cardeal Scherer conduziu o Santíssimo pelas ruas do centro da cidade

Fernando Arthur

Após a Missa da Solenidade de Corpus Christi presidida na Praça da Sé, na manhã da quinta-feira, 16, pelo Cardeal Odilo Scherer, centenas de fiéis saíram em procissão pelas ruas do centro histórico da capital paulista com o Santíssimo Sacramento. 

Antes, porém, o Purpurado agradeceu às pessoas envolvidas na confecção do tapete de Corpus Christi feito nas proximidades do marco zero da cidade, com os símbolos da vida da Igreja. “Sabemos que muitos pobres que vivem aqui na praça, colaboraram, e mais uma vez agradeço” ressaltou. 

O Cardeal também agradeceu aos fiéis que trouxeram alimentos que foram doados às instituições que cuidam das pessoas em situação de vulnerabilidade. “Nosso dever é ajudar, é colaborar”, destacou. 

Ainda na Praça da Sé, o Arcebispo recordou os doentes, e pediu bênçãos para que se curem de suas enfermidades. “Senhor, nós te pedimos pelos enfermos, pelos os que estão a serviço deles. Concedei a todos nós sensibilidade, para que os enfermos e os pobres não fiquem esquecidos. Lembro também os acometidos pela COVID-19.” rezou o Cardeal. 

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Motivados por cantos e orações feitas pelo Padre Marcos Roberto Pires, os fiéis se dirigiram ao Mosteiro de São Bento, onde foi dada uma bênção. Conforme a procissão passava, a ela se juntavam muitos transeuntes. Comerciantes de lojas do centro olhavam e fotografavam a grande demonstração da fé católica. 

BENDIZER A DEUS PELA PLURALIDADE DA IGREJA 

Ao som do canto de “Panis Angelicus”, entoado por monges beneditinos,  a segunda parada da procissão ocorreu em frente ao Mosteiro de São Bento. 

Ao conceder a bênção, Dom Odilo recordou os médicos, cientistas e agentes de saúde que se empenharam em colaborar para a superação da pandemia. Também lembrou dos promotores do bem e da justiça: “Bendigamos a Deus por todos os que se lembraram do próximo, que ajudaram os pobres, os doentes e as família enlutadas. Bendigamos a Deus por todos aqueles que promovem o bem, a justiça e a fraternidade”. 

O Prelado também recordou os educadores, “que educam e transmitem a sabedoria de Deus”. Além disso, rezou pelas comunidades religiosas, mosteiros, congregações e os institutos de vida consagrada, e elevou suas preces ao clero e pelas famílias. Lembrou-se, ainda, dos  catequistas e pregadores, e dos que vão ao encontro dos pobres para ajudá-los. 

“Bendigamos a Deus porque hoje nos dá a graça de estarmos aqui, acompanhando este momento eucarístico na cidade”, ressaltou o Purpurado, recordando o IV Congresso Eucarístico Nacional, realizado em 1942 na capital paulista. O Arcebispo rezou ainda pelo bom êxito X Encontro Mundial das Famílias que será realizado entre os dias 22 e 26 deste mês; e também pelo Congresso Eucarístico Nacional, que acontecerá em Recife (PE), em novembro.  

Antes de abençoar o povo de Deus, Dom Odilo também recordou as pessoas que “vivem as Bem-Aventuranças, ajudando a sociedade a viver desarmada, em paz e superar as violências, não promovendo-as e guerras”. Por fim, Dom Odilo recordou os trabalhadores, “que se esforçam para contribuir com a nossa cidade”. 

A ARQUIDIOCESE E O SÍNODO A JESUS EUCARÍSTICO 

Ao chegar no Largo de Santa Ifigênia, ponto final da procissão eucarística, o Cardeal recordou a Arquidiocese de São Paulo em sua oração. 

“Antes de recebermos a bênção, vamos apresentar à Jesus na Eucaristia a nossa Igreja em São Paulo, nossa Arquidiocese em todas as suas paróquias, comunidades, todas as suas organizações que estão à serviço da evangelização” ressaltou. O Purpurado também recordou todas as obras sociais da Arquidiocese, além das organizações e pastorais. 

“Vamos apresentar a Jesus o nosso sínodo arquidiocesano, que nos chama a caminhar juntos, como nós caminhamos agora na procissão. Caminhar juntos, com Jesus, em primeiro lugar. Caminhar juntos com os outros, caminhar juntos como irmãos, filhos. A Igreja é a família de Deus.” destacou Dom Odilo, ao rezar pelo sínodo arquidiocesano. 

O Cardeal também ressaltou o caminho de comunhão e participação que o sínodo arquidiocesano conclama: “Ninguém pode se sentir longe, distante, alheio, indiferente da Igreja”. E ao falar sobre missão, o Arcebispo exortou os fiéis à irem ao encontro do próximo e “redescobrirem esta Igreja de discípulos-missionários”, destacando que os apóstolos não ficaram parados.

Por fim, exortou os fiéis a darem testemunho de Deus, sendo uma Igreja discípula-missionária. “Que nós possamos ser estes sinais do Reino de Deus em todos os lugares, sobretudo onde estamos como comunidade” concluiu.

Fernando Arthur
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