Um recado especial aos pais e avós

Semanas após tomar posse como Arcebispo de São Paulo, o Cardeal Cláudio Hummes esteve na Paróquia Sant’Anna, atual basílica menor, onde presidiu missa por ocasião dos 103 anos do templo, em 26 de julho de 1998, data em que se comemora o Dia dos Avós, por ocasião da memória litúrgica de Santa Ana e de São Joaquim, pais de Maria e avós de Jesus.

Luciney Martins/O SÃO PAULO

Na ocasião, o Arcebispo lembrou a importância da educação que a mãe de Cristo recebeu de seus pais, Ana e Joaquim, sem a qual provavelmente não teria sido escolhida para gerar o filho de Deus. “Se Nossa Senhora foi escolhida como mãe de Jesus é porque Santa Ana foi especial, foi mãe educadora. Ela é uma mensagem para todos os tempos, porque a família e a missão das mães continuam ao longo dos tempos”.

Dom Cláudio ressaltou que a “grande missão da mãe e do pai é a de transmitir sua fé aos filhos, educar para que sejam ‘cidadãos válidos’, que saibam viver em sociedade como bons cidadãos”. Lembrou, ainda, que a idade até 6 anos é o tempo em que a criança “é mais educável, mais suscetível aos bons ensinamentos, à formação da personalidade, aos grandes valores que devem governar sua vida”.

“Nesse tempo, é muito importante o exemplo da mãe, impor a pedagogia do limite, sem violência, com amor e carinho. Mostrar onde termina o próprio limite e onde começa a necessidade do outro”.

Apesar da importância da educação na primeira infância, Dom Cláudio observou que também mais tarde pode-se continuar a educar, “mas aquilo que é colocado em uma pessoa, nos primeiros seis anos, vai ressoar sempre dentro dela”.

Evangelizar é preciso

O Arcebispo ressaltou também a importância da evangelização. “É preciso viver a experiência de Deus, não de um Deus que cobra, mas de um Pai amoroso, que perdoa, que faz tudo por nós e essa experiência é necessário transmitir à criança”, observou.

Dom Cláudio afirmou que muitos católicos não tiveram a chance de receber essa evangelização. “Mas nunca é tarde para isso”, animou, explicando que a Igreja hoje fala sobre “Nova Evangelização”, porque é necessário que os católicos não se apeguem somente às doutrinas da Igreja, cumprindo protocolos como fazer a Catequese e a Primeira Comunhão, sem envolvimento pessoal.

(Publicado no O SÃO PAULO, em 29 de julho de 1998)

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