Concessionária em Campo Grande (MS) reduz de 56% para 19% as perdas de água

Equipe de geofonamento da Águas Guariroba em atividade contra os vazamentos ocultos
Águas Guariroba/Divulgação

No ano de 2006, do total de água captada e distribuída na cidade de Campo Grande (MS), 56% era desperdiçada. Diante desta realidade, a concessionária Águas Guariroba, integrante do grupo Aegea, criou o Programa de Redução de Perdas. Hoje, o índice de desperdício está em 19,14%, muito abaixo da média nacional, que é superior a 40%.

O investimento constante em tecnologias ajuda a explicar o sucesso alcançado. “A concessionária utiliza sistemas operacionais com base em inteligência artificial para fazer a gestão dos vazamentos, antecipando-se a estes eventos. Também foi estruturada uma equipe mais robusta de geofonamento – o que é mais popularmente chamado de ‘caça-vazamentos’, a fim de nos anteciparmos aos problemas e executarmos os reparos com maior agilidade. Investimos muito na parte de setorização, para introduzirmos na rede de distribuição equipamentos e tecnologias com a finalidade de reduzir as pressões e aumentar o controle da distribuição de água. Hoje, nosso Centro de Controle de Operações (CCO) tem um nível de automação tão grande que com apenas um operador nós controlamos o abastecimento de toda a cidade”, detalha, ao O SÃO PAULO, Ítalo Edson de Souza, gerente de operações da concessionária Águas Guariroba.

Souza destaca que a redução significativa na quantidade de vazamentos também foi alcançada com a renovação das redes e ramais de distribuição de água. Além disso, a concessionária distribuiu por diferentes pontos de Campo Grande 700 sensores que ajudam a detectar vazamentos que ocorrem abaixo do pavimento e que acabam não sendo vistos pelas pessoas.

Por meio de um software israelense, é possível monitorar, com ajuda de tecnologia artificial, todo o sistema de abastecimento e localizar possíveis pontos em que há vazamentos ou outras anormalidades na rede.

“Um vez identificado um ponto, te- mos equipes especializadas que vão até este local usando geofones com tecnologia de filtro de ruídos, permitindo separar os sons, facilitando, assim, a detecção dos vazamentos, para que se faça o posterior reparo. Desse modo, um vazamento que antes levava seis meses até que aflorasse, hoje em um ou dois dias já é detectado e se faz o reparo”, explica Souza.

A parte final desta “equação contra o desperdício” é a atualização constante do parque de medidores, para que haja a medição correta sobre o quanto cada cliente consome, e o combate às irregularidades – perdas comerciais, popularmente conhecidos como “gastos de água” – com a realização de 5 mil vistorias mensais.

“Reduzir perdas é difícil e mais difícil ainda é manter indicadores baixos. Para isso, a sociedade precisa estar junto, pois se continuar havendo fraudes, furto de água, e as pessoas não nos informarem dos vazamentos aparentes, todos os ganhos serão perdidos”, avalia Souza, destacando que como o preço da tarifa de água é controlado nos termos dos contratos de concessão, os investimentos da companhia para o combate às perdas não resultam em custos adicionais aos consumidores. 

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