A frequência às missas na Nigéria é uma das mais altas do mundo

ACN/Jaco Klamer

A Nigéria é um dos países com maior assistência às missas. Cerca de 94% dos autodenominados católicos nigerianos disseram que participam da missa semanal ou diariamente, de acordo com um estudo publicado no início de 2023 pelo Centro de Pesquisa Aplicada ao Apostolado da Universidade de Georgetown, nos Estados Unidos.

A The World Values Survey, instituição que conduziu o levantamento, não pesquisa todos os países do mundo, porém, entre os entrevistados, os católicos nigerianos tiveram o maior percentual de participação na missa, seguidos pelo Quênia (73%) e pelo Líbano (69%).

Ao mesmo tempo, tanto a Christian Concern como a Portas Abertas, organizações que acompanham a perseguição cristã no mundo, classificam a Nigéria como um dos piores países para os cristãos viverem, depois da Coreia do Norte, e seguida pela Índia, Irã, China, Paquistão e Eritreia.

A Portas Abertas informou que 90% dos mais de 5,6 mil cristãos mortos por causa da sua fé no ano passado eram da Nigéria, com o número total de cristãos mortos em 2023 aumentando 80% em relação a cinco anos atrás. Mais de 7,6 mil cristãos nigerianos foram mortos entre janeiro de 2021 e junho de 2022.

O Padre Moses Iorapuu, Diretor de Comunicação Social da Diocese de Makurdi, disse que o Cristianismo deveria continuar a crescer num ambiente tão hostil como a Nigéria.

“Este é o mistério da nossa fé: o sangue dos mártires continua a ser a semente do Cristianismo”, disse o Sacerdote nigeriano.

O grupo de defesa da Intersociety, uma organização nigeriana para promoção da democracia e boa governança, afirmou que mais de 100 mil cidadãos desarmados e indefesos morreram direta ou indiretamente nas mãos das forças de segurança nos últimos oito anos, entre agosto de 2014 e dezembro de 2023.

A diretora da Intersociety, Emeka Umeagbalasi, disse que os assassinatos fazem parte de uma agenda governamental para “islamizar a Nigéria”.

Em abril de 2023, a Intersociety publicou um relatório que ganhou manchetes em todo o mundo, indicando que desde 2009, quando o grupo militante islâmico Boko Haram iniciou a sua campanha assassina para estabelecer um califado em todo o Sahel, pelo menos 52,2 mil cristãos e 34 mil muçulmanos moderados tinham sido massacrados.

“Há um genocídio silencioso em curso na Nigéria – um genocídio de cristãos”, disse o Sacerdote, tudo porque “os líderes se recusaram a governar o país de forma multicultural e multirreligiosa.

O Padre Iorapuu identificou vários fatores que explicam a elevada taxa de frequência à missa no país, demonstrando que a igreja oferece vários serviços em áreas em que “o governo falhou”. “Os cristãos ainda são responsáveis pela educação, pelos cuidados de saúde, pela provisão de serviços sociais, e os padres continuam a ser agentes de mudança de uma forma que o político médio não está à altura”, disse o Padre Iorapuu.

“O acesso que o povo tem aos padres lhes dá o tipo de esperança que os políticos não representam. O povo é encorajado a acreditar que as coisas vão mudar para melhor por meio da disponibilidade de padres que atendem suas necessidades imediatas”, disse o Presbítero.

“Isso acontece porque a fé plantada na Nigéria não se limitou à igreja e à espiritualidade. Foi abrangente e holística. O nosso impacto é sentido mesmo entre os não cristãos”, acrescentou.

Fonte: UCA News

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