A aparição da Virgem Maria a Francisco, Jacinta e Lúcia, há 104 anos, permanece atual, sobretudo no contexto vivido agora pela humanidade.

No fim de 1917, ano em que aconteceu a manifestação mariana em Fátima, o mundo sofreu com a epidemia da chamada gripe espanhola, que causou a morte de cerca de 50 milhões de pessoas.
Com os primeiros casos relatados durante a Primeira Guerra Mundial, as forças armadas de cada país ofuscaram a presença da enfermidade em seus campos de concentração, a fim de não demonstrarem sua fragilidade às tropas rivais. Dessa forma, a proliferação da doença originada pelo vírus influenza tomou proporções fora de controle e se tornou uma pandemia mundial em 1918.
Entre as vítimas aquela pandemia estavam Francisco, que morreu em 4 de abril de 1919, com apenas 10 anos, e Jacinta, morta em 20 de fevereiro de 1920, aos 9 anos.
PRÓPÓSITO
Em uma das usas aparições em Fátima, a Virgem Santíssima revelou que os dois irmão morreriam cedo, mas que deveriam confiar inteiramente no plano de Deus, pois seu amor é maior do que qualquer mal existente no mundo.
A vida de Francisco após as visões de Nossa Senhora, foram marcados pelo sofrimento e a fragilidade de sua saúde, sobretudo após ser acometido pela gripe espanhola. Contudo, ele oferecia seus sofrimentos pela conversão dos pecadores e a salvação da humanidade.
OFERTA DA VIDA
Nesse período, o jovem Pastorinho também sofreu com a saudade da Eucaristia, pois sua enfermidade o impedia de ir a Igreja onde costumava rezar diante do Santíssimo Sacramento.
Jacinta, após a morte do irmão, ainda sofreu muito em um hospital de Lisboa. Em sua biografia, relata-se que seu maior consolo era poder avistar o sacrário da capela do hospital através da janela de seu quarto.
A vidente de Fátima também morreu sozinha. Sua família e amigos não puderam estar com ela as restrições da epidemia. A única coisa que ela queria antes de morrer era a Eucaristia, mas não foi possível.

ESPERANÇA E CONVERSÃO
Diante dos sofrimentos da humanidade do século passado e do atual, a Mãe de Jesus traz uma mensagem de esperança associada a um contundente convite à conversão por meio da oração e da penitência.
Assim como muitos católicos que enfrentam a atual pandemia, os dois pastorinhos, canonizados pelo Papa Francisco em 2017, foram sustentados pela fé, a comunhão espiritual e a oração do Rosário.
ATO DE ENTREGA
Um dos frutos de Fátima é o chamado “Ato de Entrega”, feito por São João Paulo II, em 7 de junho de 1981, menos de um mês após sofrer o atentado na Praça São Pedro, exatamente no dia 13 de maio, o qual ele atribui sua sobrevivência às mãos de Nossa Senhora que desviaram a bala que lhe seria fatal.
Por meio desta oração composta pelo próprio Pontífice, ele consagrou o mundo a Imaculado Coração de Maria. Esse ato foi repetido em outras ocasiões e suas palavras são oportunas para encorajar os cristãos a enfrentarei a atual circunstância. Leia, a seguir, um trecho da oração:
“Ó Mãe dos homens e dos povos, Vós conheceis todos os seus sofrimentos e as suas esperanças, Vós sentis maternalmente todas as lutas entre o bem e o mal, entre a luz e as trevas, que abalam o mundo, acolhei o nosso brado, dirigido no Espírito Santo diretamente ao vosso Coração, e abraçai com o amor da Mãe e da Serva do Senhor aqueles que mais esperam por este abraço e, ao mesmo tempo, aqueles cuja entrega também Vós esperais de maneira particular. Tomai sob a vossa proteção materna a família humana inteira, que, com enlevo afetuoso, nós Vos confiamos, ó Mãe. Que se aproxime para todos o tempo da paz e da liberdade, o tempo da verdade, da justiça e da esperança”.