Agência da ONU para Refugiados concederá premiação a Irmã Rosita Milesi

Conhecida como a advogada dos migrantes e refugiados, religiosa brasileira receberá o Prêmio Nansen, no dia 14 de outubro, em Genebra, na Suiça. Em 1985, Dom Paulo Evaristo Arns também foi contemplado com esta honraria

Foto: Vatican Media

Uma das láureas de maior prestígio no reconhecimento de personalidades, projetos ou instituições de destaque na proteção e defesa de migrantes e refugiados mundo afora, o Prêmio Nansen, foi anunciado na quarta-feira, 9 de outubro.

A premiação, que será entregue no dia 14 de outubro em Genebra, na Suiça, será para a Irmã Rosita Milesi, religiosa Scalabriniana brasileira, que por mais de 40 anos, entrega sua vida em favor dos migrantes e refugiados.

AJUDA A MIGRANTES E REFUGIADOS NO BRASIL

O reconhecimento é concedido anualmente pela Agência da ONU para os Refugiados (ACNUR) a pessoas e organizações destacadas no apoio aos refugiados.

A religiosa consagrada tem ajudado milhares de pessoas para conseguir documentos, moradia, alimentos, cuidados de saúde, formação e emprego no Brasil. Em 1997, a Ir. Rosita Milesi exerceu um papel destacado na aprovação da lei para os refugiados no Brasil.

Junto com a religiosa brasileira, que recebeu o Prêmio Internacional, outras quatro mulheres recebem prêmios regionais: a ativista Maimuna Ba, de Burkina Faso; a empresária de origem sírio, Jin Davod; a refugiada sudanesa Nada Fadel; e a nepalesa, Deepti Gurung. Mulheres que têm oferecido respostas diante da crise humanitária e na busca por soluções. Junto com elas, foi reconhecida com uma menção especial à Moldávia, pela resposta diante da crise humanitária na Ucrania.

DOM PAULO EVARISTO ARNS JÁ RECEBEU ESTE PRÊMIO

O Prêmio Nansen existe desde 1954 e está a cargo do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (ACNUR) que, a cada ano, indica uma pessoa ou instituição a receber este Prêmio.

A solenidade de entrega do prêmio ocorre anualmente em Genebra, na Suíça. O Prêmio Nansen homenageia um indivíduo ou organização que dedicou seu tempo e fez a diferença na tarefa de ajudar pessoas deslocadas à força de suas casas ou que muito colaborou com a causa do refúgio e dos refugiados.

Na história da premiação outro brasileiro já foi condecorado: o Cardeal Paulo Evaristo Arns, em 1985, à época Arcebispo de São Paulo, que foi condecorado em reconhecimento ao trabalho realizado pela Caritas Arquidiocesana de São Paulo para apoiar e cuidar dos solicitantes de refúgio.

Capa da edição e reportagem sobre a premiação no O SÃO PAULO – 08/09/1985

POR QUE O NOME NANSEN?

O prêmio que recebe o nome de Fridtjof Nansen, explorador norueguês dedicado às causas humanitárias que serviu como o primeiro Alto Comissário para Refugiados da Liga das Nações, órgão precursor do ACNUR. Nansen foi cientista, diplomata, humanitário e laureado do Prêmio Nobel da Paz.

Ele conseguiu a repatriação de 450 mil prisioneiros da Primeira Guerra Mundial, sendo um grande mediador entre os governos e agências de voluntariado. Nansen serviu como primeiro Alto Comissário para Refugiados da Liga das Nações de 1920 a 1930. Além de ter ajudado centenas de milhares de refugiados a voltar para casa, seus esforços permitiram que muitos outros se tornassem residentes legais e achassem trabalho nos países onde haviam encontrado refúgio.

Nansen viu que um dos maiores problemas enfrentados pelos refugiados era a falta de documentos de identificação internacionalmente reconhecidos. Sua solução, que passou a ser conhecida como “passaporte de Nansen”, foi o primeiro instrumento jurídico para a proteção internacional dos refugiados.

(Com informações de Vatican Media e Arquivos do O SÃO PAULO)

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