Aliança de Misericórdia acolhe refugiados ucranianos na Polônia

Voluntários ajudam na distribuição de suprimentos para refugiados ucranianos na Polônia (Foto: Agencja wyborcza.pl)

Os missionários do Movimento Eclesial Aliança de Misericórdia, associação de fiéis fundada na Arquidiocese de São Paulo, acolheram uma família de refugiados ucranianos em uma de suas casas na Polônia. Os membros do movimento também  auxiliam na arrecadação e distribuição de suprimentos nos alojamentos das cidades polonesas.

Por meio de aplicativo de mensagens, os missionários compartilharam com os membros da Aliança de Misericórdia no Brasil como estão enfrentando os impactos causados pela ofensiva militar russa na Ucrânia.

“Existe uma tensão no ar, por causa da proximidade com a Ucrânia, mas os poloneses, graças a Deus, estão dando um show de solidariedade…”, relataram os missionários, que acrescentaram que, desde que os ataques começaram no país vizinho, as fronteiras estão abertas para os ucranianos e a previsão é que cerca de 3 milhões de refugiados se abriguem na Polônia.

“As estações de trem já têm grupos preparados com comida, roupas, cobertores e tudo mais (eles estão chegando praticamente sem nada!). Todo o Movimento [Aliança de Misericórdia] nas cidades, e principalmente em Varsóvia, esstá se mobilizando para ajudar nas escolas onde estão acolhidas as crianças e na busca por alojamento para estas pessoas, acrescentaram.

Ícone ucraniano

Ainda sobre o atual momento, os missionários partilharam sobre a chegada de um ícone da Imaculada do Espírito Santo, considerada como fundadora do Movimento Aliança de Misericórdia, e que foi escrito (pintado, desenhado) um leigo católico ucraniano:

“Mas um sinal muito forte para todos nós da fraternidade, é que um ícone da Imaculada do Espírito Santo chegou na nossa casa (ele tinha sido encomendado há um bom tempo, a pedido de um Padre daqui, como presente para nós… O ícone foi escrito um leigo ucraniano, e chegou na nossa casa no mesmo dia que a família de refugiados!). Foi um sinal tão forte pra nós da presença de Maria conosco e também do quanto precisamos, na nossa pequenez, ser sinal para esse povo!!”, manifestaram.

‘Enquanto um missionário tiver cama…’

Os missionários informaram, ainda, que uma criança e seus pais estão sob os cuidados da Fraternidade da Aliança na Polônia. “Por agora, acolhemos uma família aqui na nossa casa de Poznan (os pais e uma criança de 7 anos) – o pai estava aqui na Polônia trabalhando, enquanto a mulher e a filha vieram desesperadas depois dos ataques… Elas disseram que ficaram praticamente todo o tempo da viagem sem poder comer, apertadas no trem, esperando ultrapassar a fronteira (mais ou menos 17 horas) e as coisas se acalmaram depois que chegaram na Polônia… A viagem durou em torno de 26 horas!”, contaram.

Padre Pedro Morais, responsável pela missão da Aliança de Misericórdia na Polônia, também falou sobre a alegria em poder acolher e ser ponte de misericórdia para esses irmãos. Seja a Comunidade de Vida ou o Movimento com os leigos, todos estão à disposição dos que chegam.

O Sacerdote destacou que, embora a situação esteja normal na Polônia, o conflito na Ucrânia os impacta diretamente, por se tratar de um povo que também carrega as marcas da guerra em sua história, assim como do comunismo soviético.

“A Comunidade, graças a Deus, está tendo muitas iniciativas. Em Varsóvia, as pessoas estão ajudando; aqui em Poznań também estamos fazendo coleta de alimentos, de medicamentos, de roupas. Tem outra Comunidade nossa em Toruń que está fazendo arrecadações, está com portas abertas também para acolher as pessoas. Enfim, como a Comunidade está dizendo aqui, a Aliança não vai apenas para as ruas, mas escancara as portas das suas casas para poder acolher os pobres e os refugiados”, completaram os missionários.

Alguns membros do movimento colaboram na equipe que procura pessoas em Varsóvia para acolher as famílias e no encaminhamento dos refugiados para albergues, hotéis, que se abriram totalmente para poder acolher os ucranianos.

“Estamos muito felizes pois é um sinal de Deus. E para nós aqui, é uma forma de viver radicalmente o carisma… Porque nós ouvimos dos fundadores sempre que, ‘quando existe a cama de um missionário, então, existe um lugar para acolher alguém’. E nós fizemos também essa escolha que, enquanto tivermos uma cama nossa ‘vazia’, tem um espaço para acolher um refugiado. Então, nossa casa está aberta para acolher a todos”, enfatizou Padre Pedro.

O MOVIMENTO

Fundado no ano 2000, a Aliança de Misericórdia nasceu da inspiração dos missionários italianos Padre Antonello Cadeddu, Padre João Henrique Porcu e a Irmã Maria Paola do Cordeiro Imolado, com a missão de propagar o amor misericordioso de Deus, sobretudo aos mais pobres.

Em setembro de 2021, o movimento eclesial recebeu do Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo de São Paulo, aprovação de suas constituições e estatuto definitivo como associação privada de fiéis.

Atualmente, a Aliança de Misericórdia tem 10 mil membros espalhados por 40 cidades do Brasil e em sete países, entre os quais a Polônia, berço da devoção à Divina Misericórdia.

(Com informações da Aliança de Misericórdia)

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