Ataques aéreos turcos impedem o retorno de refugiados yazidis

Cerca de 350 mil yazidis ainda estão deslocados internamente e mais de 100 mil deixaram o Iraque.

Iraque – Helene Sandbu Ryeng /Unicef

Refugiados yazidis foram impedidos de voltar para casa como resultado de ataques repetidos e indiscriminados de aviões turcos na fronteira no norte do Iraque, incluindo áreas curdas.

Sob o pretexto de atacar as bases do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), a força aérea da Turquia vem atacando a região de Sinjar há algum tempo, causando sérios danos e tornando toda a área instável.

Como resultado, representantes da comunidade Yazidi pediram à comunidade internacional que forneça proteção contra as bombas de Erdogan. A Turquia considera o PKK uma organização terrorista.

Muitos yazidis “não deixaram Sinjar apesar de toda a tragédia que se abateu sobre eles”, disse o líder yazidi Saad Hamo ao al-Monitor, um site de notícias. “Estamos procurando outras maneiras de convencer aqueles que permanecem nos campos de deslocados no Governo Regional do Curdistão (KRG) a retornar.”

Cerca de 350 mil yazidis estão deslocados internamente no Iraque e mais de 100 mil deixaram o país permanentemente. Os membros desse grupo religioso foram os que mais sofreram sob o jugo do Estado Islâmico (EI), quando o grupo jihadista governou partes do Iraque e da Síria entre 2014 e 2017, antes de sua derrota militar e da libertação da maioria dos territórios que controlava.

Um dos últimos ataques aéreos turcos ocorreu em 2 de fevereiro, quando aviões atingiram várias posições no Monte Sinjar, controladas pelas Unidades de Mobilização Popular Yazidi (PMUs) locais, e não pelo PKK.

O Iraque condenou repetidamente as operações militares turcas em seu território, mas até agora não conseguiu impedir os ataques e as agressões turcas.

No sábado, 12, os líderes yazidis se manifestaram contra a violência, exigindo o fim das operações militares e garantias de um retorno seguro às suas casas; caso contrário, sua presença e seu futuro no Iraque estarão “em risco”.

Muitos já acreditam que uma vida segura e digna no país é “impossível” hoje, principalmente na região de Sinjar.

Fonte: Asia News

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