Cientistas e especialistas em climatologia descrevem que a seca que atinge a região da África Oriental é a pior dos últimos 40 anos.
Em abril, as agências estimavam que quase 16 milhões de pessoas na Etiópia, Quênia e Somália precisavam urgentemente de assistência alimentar devido à seca, e sofriam de fome, grave escassez de alimentos e dificuldades extremas.
“A situação é muito ruim”, disse Dom Peter Kihara Kariuki, Bispo de Marsabit, no Quênia. “Nos últimos três anos, não choveu como esperado e as pessoas estão dependendo da ajuda humanitária que chega”, acrescentou.
Marsabit é uma das regiões do Quênia que enfrentam uma seca severa. Para esta região e outras, cientistas estão associando a alteração nos padrões de chuva às mudanças climáticas. Até recentemente, a época da Páscoa era um período úmido devido às longas chuvas de março a maio, mas isso mudou.
Na região, as pessoas são pastores e se deslocam de um lugar para outro, com seu gado, em busca de água e pastagem. Sem chuvas e pastagens, a maior parte do gado morreu, extinguindo os meios de subsistência das pessoas. Um conflito interétnico entre as comunidades deixou centenas de pessoas desabrigadas e exacerbou a situação, segundo o bispo.
“As pessoas estão realmente precisando de comida, água e qualquer outra coisa. É como se estivessem sendo atacados de todos os lados. […] A situação é muito precária”, afirmou ele, acrescentando que é difícil dizer exatamente o que precisa ser feito para resolver o problema. “Por enquanto, apoiar as pessoas com alimentos de emergên- cia os ajudará a sobreviver. As outras coisas são soluções de longo prazo.”
Nos oito países que integram o bloco da Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (AID) — Djibuti, Eritreia, Etiópia, Quênia, Somália, Sudão, Sudão do Sul e Uganda —, 29 milhões de pessoas enfrentam altos níveis de insegurança alimentar, de acordo com o Grupo de Trabalho de Segurança Alimentar e Nutrição, uma plataforma regional presidida pela AID e pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).
Fonte: CNS – Catholic News Service