Bispo baleado se diz otimista com o futuro da nação

Foto: ACI África

“Olho para o Sudão do Sul com otimismo”, disse Dom Christian Carlassare, Bispo de Rumbek, a repórteres durante uma mesa-redonda, afirmando que um “passo significativo” no processo de paz do país ocorreu no dia 12, quando Salva Kiir, presidente sul-sudanês, finalmente conseguiu formar um exército nacional unificado. 

Depois de um recente surto de combates que levou ao aumento da pressão de parceiros e doadores internacionais, Kiir e seu rival, o vice-presidente Riek Machar, se reuniram no início do mês e apresentaram uma lista de oficiais do Movimento de Libertação Popular do Sudão a ser integrado às forças de segurança nacional. 

Até agora, a formação de um exército unificado tem sido um dos requisitos mais difíceis de cumprir para o acordo de paz que Kiir e Machar assinaram em setembro de 2018, encerrando uma violenta disputa de cinco anos. No entanto, sua implementação tem sido lenta e as forças opostas que discordam de diferentes aspectos do acordo frequentemente entram em conflito sobre como compartilhar o poder. 

Líderes políticos e militares do Sudão do Sul expressaram confiança de que a recente unificação de forças será uma grande ajuda para impedir as violações do cessar-fogo em diferentes partes do país. No entanto, alguns detalhes ainda precisam ser trabalhados, incluindo treinamento e a proporção exata de tropas de cada lado. 

MISSÃO 

Nomeado como o novo Bispo de Rumbek em março do ano passado, Dom Christian foi baleado duas semanas após sua nomeação. Dois homens armados entraram em sua casa e atiraram em suas pernas. Ele sobreviveu ao ataque e foi enviado para a capital, Juba, e depois para Nairóbi, no Quênia, antes de retornar à sua Itália natal. Após seis cirurgias e quase um ano de descanso e fisioterapia, Dom Christian retornou a Rumbek e agora foi formalmente instalado como seu bispo.


O ataque “não foi apenas uma ferida física, mas no coração… Como pessoa, fui ferido por interesses pessoais”, disse, lembrando que ainda há muita reconciliação necessária. Ele está tentando se reunir com diferentes grupos e indivíduos para entender seus medos e suas necessidades, e segue em frente “sem fechar os olhos para o que aconteceu”, mas com perdão e desejo de curar. 

Fonte: Crux Now

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