Bispos condenam ataque ao Congresso dos EUA

Manifestantes invadem sede do Congresso dos EUA (Reprodução da internet)

Membros do episcopado dos Estados Unidos condenaram o ataque ao Congresso norte-americano, em Washington, nesta quarta-feira, 6,  por apoiadores do presidente Donald Trump, causando a morte de, pelo menos, quatro pessoas e deixando vários feridos.

O presidente da Conferência dos Bispos dos EUA, Dom José Horacio Gómez, uniu-se às vozes de condenação à violência, repudiando o episódio. “Isso não é o que somos como estadunidenses, onde a transição pacífica do poder é um dos sinais distintivo”, disse, confiando suas orações à intercessão de Nossa Senhora, para que guie todos no caminho da sabedoria e de um patriotismo saudável e autêntico.

“Precisamos parar e rezar pela paz neste momento crítico”, disse o Cardeal Wilton Gregory, Arcebispo de Washington. “O tom de divisão que recentemente dominou nossas conversas deve mudar”, repreendeu o Purpurado, “e aqueles que recorrem à retórica incendiária devem assumir a responsabilidade de incitar à crescente violência em nossa nação”.

Cooperação para o bem comum

Dom Wilton pediu, ainda, para que seja honrado o lugar, que ele chama de “solo sagrado”, onde as leis e políticas da nação estadunidense são debatidas e decididas. O Cardeal rezou pela segurança das pessoas eleitas, dos funcionários, dos trabalhadores, dos manifestantes e das forças de segurança.  “Há feridos e danos ingentes, chamando todos à cooperação, ao respeito dos valores democráticos e do bem comum”, acrescentou.

O Arcebispo de Chicago, Cardeal Blase Joseph Cupich, em uma série de publicações no Twitter, falou de “vergonha nacional”, comentando o ocorrido: “Que o amor de Deus recorde a todos os estadunidenses que a política é a resolução pacífica de pontos de vista opostos. Esta é nossa tradição como nação democrática, e nós a minamos por nossa conta e risco”.

O Cardeal Cupich também apela às pessoas eleitas “que escutem os conselhos de seus anjos melhores para defender a Constituição que juraram defender”, e ainda afirmou que “a violência a serviço de uma falsidade é pior”. “Por muitos meses, temos testemunhado a erosão deliberada das normas do nosso sistema de governo”. Enquanto defende o protesto pacífico, que ele diz ser um direito sagrado, reitera que os eventos no Capitólio devem “chocar a consciência de cada patriótico estadunidense e de cada fiel católico”.

A invasão

O grupo de manifestantes, dentre elas alguns armados, invadiu o Capitólio durante a sessão que reunia parlamentares para a certificação da eleição do candidato Joe Biden para a presidente do país. Senadores e deputados foram evacuados da câmara depois de receberem dos agentes de segurança a ordem de usar máscaras de gás. Os manifestantes tentaram invadir a Câmara dos Deputados e a situação ficou fora de controle.

Além da mulher morta por tiros disparados por um agente do Capitólio, outras três pessoas perderam a vida., 13 ficaram feridas e 52 foram presas. A prefeitura da capital norte-americana prorrogou o estado de emergência pública por mais duas semanas, até o dia seguinte à posse de Joe Biden, que ocorrerá no dia 20.

(Com informações de Vatican News)

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