
Dom Alberto Rojas, Bispo de San Bernardino, diocese que comporta mais de 1,5 milhão de católicos no Sul da Califórnia, nos Estados Unidos, dispensou oficialmente seus paroquianos do dever de comparecer à missa dominical. Esta medida ocorre após várias prisões de imigrantes em duas paróquias da região.
O Prelado argumentou que a dispensa é uma medida excepcional, embora julgue essencial adotá-la neste momento, visto que o medo de prisões e possíveis deportações permeia as comunidades, incluindo as católicas.
Em um comunicado divulgado em inglês e espanhol, Dom Alberto declarou: “Há um medo real que afeta muitos em nossas comunidades paroquiais de que, se se aventurarem em qualquer tipo de ambiente público, sejam presos por agentes de imigração.” Referindo-se à situação atual, ele destacou que a recente apreensão de indivíduos em paróquias intensificou o pânico geral.
“Todos os fiéis da Diocese de San Bernardino que, devido a um medo genuíno de ações de fiscalização da imigração, não puderem comparecer à missa dominical ou às missas em dias santos de guarda, estão isentos dessa obrigação, conforme previsto no cânon 1247, até que este decreto seja revogado ou alterado”, declarou Dom Alberto Rojas.
No decreto, o Bispo incentiva práticas espirituais alternativas, como a oração pessoal, a leitura da Sagrada Escritura e a oração do Rosário, pedindo às paróquias que apoiem os fiéis nesses esforços.
A Diocese de San Bernardino, a quinta maior dos Estados Unidos, enfrenta desafios singulares devido à sua grande população hispânica, que representa mais de 50% dos seus condados. Embora a Arquidiocese de Los Angeles não tenha adotado medidas semelhantes, seu porta-voz indicou que continua a prestar apoio às famílias e indivíduos afetados pelas atuais políticas de imigração.
POR FALTA DE PADRES

Por sua vez, na República Tcheca, há um problema que assola muitas dioceses europeias: a falta de sacerdotes. A situação chegou a tal ponto que Dom Josef Nuzík, Arcebispo de Olomouc, emitiu uma orientação excepcional, com validade de 1º de julho até 31 de dezembro de 2025, que permite aos fiéis, em determinadas circunstâncias, substituir a participação na missa dominical por outra forma de experiência espiritual.
“Devido à falta de sacerdotes, peço que, caso não haja missa na sua paróquia no domingo, celebre a missa dominical na paróquia vizinha ou participe da celebração da Palavra conduzida pelo diácono. Também é possível assistir à missa vespertina de sábado. Caso isso não seja possível por motivos graves (por exemplo, impossibilidade de transporte), autorizo que substituam a participação na missa dominical por uma oração pessoal ou em família (durante meia hora) ou pela audição da missa pelo rádio ou televisão ou, eventualmente, por transmissão on-line”, afirmou o Prelado em um comunicado.
Esta medida temporária não significa uma flexibilização da obrigação dominical, mas responde à situação real da pastoral. Em algumas paróquias, é impossível celebrar a missa todos os domingos, uma vez que o número de sacerdotes ativos diminui e não há outros suficientes para substituí-los.
De acordo com dados de 2022, há cerca de 1.650 sacerdotes no país para mais de 2.260 paróquias, o que significa que várias delas não possuem seu próprio pároco. Os padres muitas vezes administram várias comunidades ao mesmo tempo, o que aumenta sua carga de trabalho e diminui a possibilidade de se dedicarem profundamente à pastoral.
Fontes: Agência Informativa Católica Argentina (Aica) e Gaudium Press