Bispos nicaraguenses estão preocupados com o êxodo da população

Foto: CNBB

A Conferência Episcopal da Nicarágua (CEN) expressou sua preocupação com os milhares de pessoas que estão migrando por causa da crise no país.

O Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) indicou que “a instabilidade política que prevalece na Nicarágua desde abril de 2018 obrigou cerca de 200 mil pessoas a fugir de perseguições e violações de direitos humanos, sendo que, destes, 150 mil se deslocaram para a Costa Rica, um país vizinho”.

Em sua mensagem para o Advento, a Conferência disse que a alegria que o tempo de preparação para o Natal traz não impede os bispos de “reconhecer as preocupações que temos sobre os eventos sociais, políticos e econômicos de nossa pátria”.

“Especialmente, entre outros, a crise migratória, que é reflexo de um drama humano que nos desafia”, afirmaram os bispos.

Os prelados asseguraram que “mesmo em meio à incerteza e ao sofrimento, o Reino de Deus está presente em nossa história e múltiplos sinais de um mundo novo se manifestam entre nós. Devemos, portanto, caminhar todos juntos; ninguém deve ser deixado para trás”.

“Todos devemos ter a possibilidade de nos desenvolver e fazer da Nicarágua um país de irmãos. Procuremos sempre fazer o bem, para que falemos cada vez mais como irmãos e deixemos de lado o individualismo”, acrescentaram.

A advogada e pesquisadora Martha Patricia Molina revelou em um novo relatório, intitulado “Nicarágua: uma Igreja perseguida?”, que durante a ditadura de Ortega, de 2018 a 2022, a Igreja Católica no país sofreu 396 ataques, incluindo um registro detalhado das profanações, sacrilégios, roubos, ameaças, discurso de ódio e padres no exílio, “resultado da perseguição do governo”.

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