Britânicos se despedem de Elizabeth II e monarquia sinaliza abertura ao diálogo ecumênico

Depois de sete décadas de reinado, o mais longo da história do Reino Unido, Elizabeth II morreu no dia 8, aos 96 anos, cercada por alguns membros de sua família, no Castelo de Balmoral, na Escócia. 

The Royal Family

Tão logo soube do falecimento da rainha, o Papa Francisco enviou uma mensagem ao agora rei Charles III, filho e herdeiro de Elizabeth II que assumiu o trono, na qual expressou sua solidariedade ao monarca e ao povo do Reino Unido e da Comunidade Britânica. 

FUNERAL 

Na segunda-feira, 19, após 11 dias de velório, foi realizada a última cerimônia e o sepultamento da monarca no Castelo de Windsor, na Capela Memorial George VI, ao lado do túmulo de seu marido, o príncipe Philip, em Londres. 

O funeral contou com a presença de cerca de 400 autoridades dos mais diversos países e, embora não tenha tido condições de comparecer, o Papa Francisco designou Dom Paul Richard Gallagher, Secretário para as Relações com os Estados, nascido em Liverpool, na Inglaterra, como representante da Santa Sé para participar dos ritos exequiais. 

Além dele, a presença do Cardeal Vincent Nichols, Arcebispo de Westminster e Presidente da Conferência Episcopal da Inglaterra e do País de Gales, chamou a atenção por indicar uma abertura da família real britânica ao diálogo ecumênico e inter-religioso, uma vez que foi a primeira vez, em centenas de anos, que um bispo católico, ou seja, um líder cristão não anglicano, foi convidado para participar de um funeral real e conduzir as orações pela rainha. 

O Cardeal agradeceu o “compromisso da monarca com a Comunidade Britânica durante todo o seu reinado” e rezou por um “espírito de honra e respeito mútuos” e que as autoridades “possam promover a justiça e o bem comum”. 

Entre as autoridades católicas presentes, estavam, também, Dom Leo Cushley, Arcebispo de Santo Andrews e Edimburgo, representando os católicos da Escócia; e Dom Mark O’Toole, Arcebispo de Cardiff, o líder católico mais antigo do País de Gales. 

DIÁLOGO 

Na sexta-feira, 16, durante uma recepção para líderes religiosos no Palácio de Buckingham, o rei Charles III sinalizou que continuaria a buscar o diálogo. 

Ele disse reconhecer seu “dever de proteger a diversidade de nosso país, inclusive protegendo o espaço para a própria fé e sua prática por meio das religiões, culturas, tradições e crenças às quais nossos corações e mentes nos direcionam como indivíduos”. 

O rei disse ainda que “as crenças que florescem e contribuem para nossa sociedade ricamente diversificada diferem. Elas e nossa sociedade só podem prosperar por meio de um compromisso coletivo claro com os princípios vitais de liberdade de consciência, generosidade de espírito e cuidado com os outros que são, para mim, a essência de nossa nação. Estou determinado, como rei, a preservar e promover esses princípios em todas as comunidades e para todas as crenças, com todo o meu coração”, sublinhou ele. 

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