Costa Rica: católicos se posicionam contra projeto de lei que busca abolir o segredo de Confissão

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O deputado Antonio Ortega, da Costa Rica, apresentou um projeto de lei que, modificando diversos arti­gos do Código de Processo Penal e do Código Civil daquele país, permitiria abolir o sigilo da Confissão no caso de crimes sexuais contra menores.

Em resposta, um grupo de líderes católicos costa-riquenhos, entre eles Dom Daniel Blanco, Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São José, participou recentemente de um webinar intitula­do “Sigilo sacramental: uma aborda­gem canônica, jurídica e preventiva” para apresentar a posição da Igreja sobre o projeto.

A Conferência Episcopal da Cos­ta Rica também se manifestou contra esse projeto de lei, observando que, de acordo com o cânon 983 do Código de Direito Canônico, o sigilo sacra­mental “é inviolável”, o que impede o confessor de revelar a Confissão do penitente.

No seminário, Dom Daniel expli­cou que o penitente “deve ter a certe­za, em todos os momentos, de que a conversa sacramental permanecerá dentro do segredo do confessionário, entre a sua consciência aberta à graça e a Deus, com a necessária mediação do sacerdote. O sigilo sacramental é in­dispensável, e nenhum poder huma­no tem jurisdição sobre ele, nem deve reivindicá-lo”.

O Bispo destacou, ainda, que o pe­nitente busca o sacramento consciente de que o sacerdote ouvirá os pecados “não como homem, mas como Deus”, ou seja, “in persona Christi capitis” – “na pessoa de Cristo, cabeça” da Igreja.

Citando um documento da Pe­nitenciaria Apostólica, Dom Daniel apontou que “qualquer ação política ou iniciativa legislativa destinada a infringir a inviolabilidade do sigilo sacramental constituiria uma ofensa inaceitável contra a ‘libertas Ecclesiae’ [a liberdade da Igreja], que recebe sua legitimidade não de Estados individu­ais, mas de Deus; constituiria também uma violação da liberdade religiosa, juridicamente fundamental para todas as outras liberdades, incluindo a liber­dade de consciência de cada cidadão, tanto penitentes quanto confessores”.

Com informações da Gaudium Press

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