Celam condena políticas discriminatórias contra migrantes nos EUA

A presidência do Conselho Episcopal Latino-americano e Caribenho (Celam), em carta datada de 28 de fevereiro, expressou sua proximidade, solidariedade e apoio aos bispos dos Estados Unidos, perante o avanço das políticas migratórias com “narrativas discriminatórias” nos Estados Unidos.

A carta é endereçada a Dom Timothy Broglio, Arcebispo dos Serviços Militares dos Estados Unidos e presidente da Conferência Episcopal. Nela, os bispos ressaltaram a identidade cultural do país, produto de cinco séculos de migração de milhões de homens e mulheres que ali chegaram “livremente ou forçados por situações de dor e sofrimento”.  

Também é lembrado que essa diversidade – ainda que nem sempre em plena harmonia ­– representa uma riqueza, especialmente quando se reconhece a contribuição que “cada tradição e cultura realiza ao bem comum”; e se destaca que os bispos do Celam, a partir da fé, valorizam “a presença do outro como irmão, alguém também amado e cuidade por Deus, nosso Pai”.

Violência e falta de oportunidades

A presidência do Celam também recordou que muitos latino-americanos e caribenhos saem de seus países de origem em razão da “violência e falta de oportunidades”, a procura de alcançar condições para uma “vida mais digna”.

Destacam, ainda, que os Estados Unidos é o primeiro destino escolhido por quem vai em busca de seus sonhos com todas as implicações de um “doloroso processo de desenraizamento”.

A carta aponta que os governos dos países de onde provêm estes migrantes não souberam garantir qualidade de vida a essas pessoas.

O Celam reconhece e agradece o apoio que historicamente os bispos norte-americanos “têm dado a nossos irmãos e irmãs que ingressam naquela pátria, integrando-os em suas comunidades”; e agradecem pela “acolhida espiritual” aos migrantes, bem como às respostas dadas às suas necessidades imediatas para “encontrar caminhos que lhes permitam ascender a condições de desenvolvimento econômico”.

Narrativas que discriminam

Os bispos do Celam também veem com preocupação o medo de milhares de famílias “perante os anúncios e decisões tomadas pelo governo federal em temas migratórios”.

“A angústia se apoderou deles e uma sombra tem se levantado sobre a terra da liberdade e da confiança em Deus. Essas pessoas somente querem melhores condições de vida e nós somos chamados a promover e cuidar da vida”, apontaram.

Os bispos do Celam também endossam a carta que o Papa Francisco escreveu em 10 de fevereiro, ressaltando para que “não cedam antes às narrativas que discriminam e fazem sofrer desnecessariamente a nossos irmãos migrantes e refugiados”. Em um chamado para romper qualquer barreira, indicaram que “vocês são uma luz que ilumina as consciências e a capacidade de discernimento de tantos irmãos estadunidenses para não cair na tentação de pensar que o diferente é uma ameaça e valorizar sua riqueza”.

Por fim, os bispos do Celam reafirmam os laços fraternos de todas as igrejas dos países do continente, para que trabalhem juntos tanto para aqueles que querem permanecer em seus países com base no seu direito de não migrar como aqueles que precisam sair deles para preservar suas vidas e cuidar do futuro de suas famílias”.

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Fonte: ADN Celam

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