A tradicional Coleta para os Lugares Santos, gesto de generosidade universal dos católicos em favor dos cristãos da Terra Santa, será realizada no domingo, 13.
A arrecadação, que costuma ser feita na Sexta-feira Santa, teve sua data transferida, com a autorização do Papa Francisco, por meio da Congregação para as Igrejas Orientais, devido à situação de emergência causada pela pandemia de COVID-19.
“Assim, a Igreja universal poderá garantir a ajuda necessária à terra onde estão as raízes de nossa fé, fazendo um esforço de solidariedade e comunhão no sofrimento”, diz o comunicado da Custódia da Terra Santa, publicado em março.
A nova data escolhida para a coleta será na véspera da Festa da Exaltação da Santa Cruz, que comemora a dedicação da Basílica do Santo Sepulcro, em Jerusalém, ocorrida no século IV.
Também devido à pandemia, outras coletas universais e nacionais tiveram suas datas transferidas para o segundo semestre. Confira aqui.
A COLETA
A Coleta para os Lugares Santos foi instituída por São Paulo VI em 25 de março de 1974, por meio da exortação apostólica Nobis in Animo.
“A Igreja de Jerusalém ocupa um lugar de eleição na solicitude da Santa Sé e na preocupação de todo o mundo cristão, enquanto o interesse pelos Lugares Santos, e em particular pela cidade de Jerusalém, emerge mesmo nos grandes consensos das Nações e nas maiores Organizações internacionais. Tal atenção é hoje primordialmente pedida em razão dos graves problemas de ordem religiosa, política e social ali existentes”, afirmou o Santo Padre, na Exortação Apostólica.
Em entrevista publicada pelo O SÃO PAULO em 6 de setembro de 2017, Frei Bruno Varriano, Guardião da Basílica da Anunciação, em Nazaré, recordou que já no tempo da Igreja nascente, o apóstolo São Paulo pedia uma coleta para os cristãos de Jerusalém, como relata o capítulo 16 da 1ª Carta aos Coríntios. “Até hoje, a ‘Igreja-mãe’ é pobre. São poucos os cristãos nos Lugares Santos e, por isso, não são suficientes para ajudarem na manutenção”, afirmou.
O Franciscano explicou que, com a ajuda financeira, são mantidas escolas e obras sociais e construídas moradias para os cristãos, de modo especial para os que tiveram suas casas destruídas em Aleppo e Damasco, na Síria. “A coleta também ajuda a financiar bolsas de estudos para que cristãos possam estudar no exterior e depois voltar para ajudar na Terra Santa. Nós temos, por exemplo, a Escola Magnificat, que é a única no Oriente Médio onde estudam cristãos, muçulmanos e judeus, e cujos professores também são das três religiões. Um lugar extraordinário de encontro. Portanto, são muitas as iniciativas. Os cristãos em dificuldades na Terra Santa necessitam da nossa ajuda”.
(Com informações da Agência SIR e Custódia da Terra Santa)