Copa do Mundo não esconde a realidade da perseguição religiosa no Catar

Reprodução da Internet

No Catar, primeiro país árabe a organizar o maior evento do futebol mundial, a Copa do Mundo, a partir do domingo, 20, os cidadãos locais não têm o direito de ser cristãos. Apenas algumas vilas de estrangeiros são autorizadas, e o número caiu para menos da metade durante a pandemia: de 157 para 61 cidades, depois de uma imposição do governo. 

Com 2,84 milhões de pessoas e, destes, em torno de 372 mil cristãos (13% da população), o peso da perseguição é direcionado àqueles que se converteram à fé cristã. Esses crentes enfrentam extrema pressão de suas famílias e comunidades muçulmanas, pois a nação não reconhece oficialmente a conversão do Islã para outra religião, o que causa problemas legais e perda de status social, custódia dos filhos e propriedade. 

Há casos em que os novos cristãos tiveram sua liberdade minimizada porque suas famílias têm autoridade para limitar suas viagens, mantê-los em prisão domiciliar, negar-lhes apoio financeiro e proibir o acesso à internet, a telefone ou a livros. Atualmente, tanto os cristãos de origem muçulmana nativos quanto os migrantes correm risco de discriminação, assédio e vigilância policial. 

RANKING DA PERSEGUIÇÃO 

Neste ano, o Catar subiu 11 posições na Lista Mundial da Perseguição, da ONG Portas Abertas, que engloba 50 países, e está em 18° lugar no ranking. Outros seis países que disputam a taça mundial também figuram na Lista: Irã (9º), Arábia Saudita (11º), Marrocos (27º), Tunísia (35º), México (43º) e Camarões (44º). 

Fora o México, os outros países têm como tipo de perseguição a opressão islâmica, em que o Islamismo é a religião principal e os cristãos são perseguidos de forma sistemática por suas famílias, comunidades, governo e autoridades, sofrendo sanções do Estado, podendo inclusive ser presos e mortos. 

No México, os cristãos são perseguidos por guerrilhas, grupos paramilitares e pelas tribos indígenas, que proíbem o evangelismo e que os seus membros deixem suas religiões tradicionais para seguir o Cristianismo. 

“Não temos a ilusão de que um megaevento acabe com a perseguição no país, mas esperamos que, num futuro próximo, o Catar – bem como toda a Península Arábica, em que os cristãos são perseguidos e proibidos de revelar e praticar sua fé – se abra a diálogos e que a liberdade religiosa seja respeitada nesses países”, afirmou Marco Cruz, secretário-geral da Portas Abertas no Brasil, organização cristã internacional que, por meio de projetos, ajuda a atenuar os efeitos da perseguição religiosa em mais de 60 países. 

Fontes: Portas Abertas, Gazeta do Povo e Departamento de Estado do Governo dos Estados Unidos 

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