Cristãos em perigo de morte e na mira de terroristas em Burkina Faso

Maioria da população de Burkina Faso é muçulmana (95,2%); 3,2% seguem a religião tradicional; e 1,6% são cristãos (1,22% católicos)

Fuga de Cristãos em Burkina Faso (Crédito: ACN Brasil)

De acordo com relatos recebidos pela ACN – Ajuda à Igreja que Sofre – a segurança em Burkina Faso se deteriorou drasticamente nos últimos meses. Grupos armados estão criando um reinado de terror sobre toda a população, exigindo impostos, saqueando e roubando pessoas em muitas partes do país. No entanto, os últimos testemunhos de pessoas deslocadas, coletados pela ACN, na Diocese de Dori, mostram que os cristãos têm sido objeto de perseguição ainda mais severa.

modus operandi  dos terroristas quando chegam às aldeias é pedir “impostos” por cabeça de gado. Eles vão até os criadores e perguntam pelo dono de cada animal. Se estes não são capazes de pagar os impostos, eles apreendem os animais. Nas últimas semanas houve casos em que os terroristas perguntavam primeiro se o proprietário era cristão ou muçulmano. “Se os proprietários eram cristãos, os agressores não consideravam necessário contar os animais, porque diziam que além de levar os animais, matariam os donos também”, disseram as testemunhas sobreviventes.

De acordo com relatos recebidos pela fundação, na última semana de outubro, um total de 147 pessoas – entre elas oito gestantes e 19 crianças menores de cinco anos – tiveram que fugir de duas aldeias na fronteira do Níger, para não colocar o resto dos habitantes em perigo.

Um dos grupos que chegaram a Dori era composto por 17 pessoas: nove idosos, uma mulher e sete crianças. Um dos membros do grupo disse que eles tinham saído no meio da noite para não serem descobertos, pois os extremistas procuravam por eles: “O terrível é que quando alguém nos deu refúgio, fomos denunciados como cristãos, e isso colocou a pessoa que nos acomodou em perigo. Dormimos tão longe das aldeias. Nem todos os cristãos da área foram capazes de fugir. Estamos preocupados com o destino de nossos filhos e esposas que permaneceram no país”.

Dom Laurent Birfuoré Dabiré, bispo de Dori, disse à ACN que há “ataques, sequestros e assassinatos em todo o país. Os terroristas estão sequestrando quem eles quiserem, executando alguns e libertando outros.”

Segundo o bispo, os terroristas controlam várias linhas de comunicação e, além disso, atacam frequentemente as forças de defesa e segurança, e impedem que os ônibus circulem entre Dori para Ouagadougou.

“Dori corre o risco de ser cortada do resto do país, e a situação não está melhorando. É muito perigoso viajar de veículo privado ou mesmo transporte público e as pessoas têm medo de serem paradas no caminho por um inesperado posto de controle terrorista. Por favor, reze pela triste e dramática situação da minha diocese. O perigo está crescendo o tempo todo. Esperamos que aqueles que não conseguiram sair das aldeias ameaçadas sejam capazes de fazê-lo com segurança nos próximos dias”, disse Dom Laurent Dabiré.

Fonte: ACN Brasil

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