Documento católico antiescravidão moderna torna-se modelo para negócios australianos

  
Dom Anthony Fisher  / Facebook)

Quando a agência responsável pela aplicação das leis da Austrália divulgou um documento católico em um site do governo federal que monitora a escravidão moderna, houve um avanço significativo nos esforços para acabar com a exploração dos trabalhadores.

Considerado desde então um modelo para empresas e organizações do país, o documento obriga as maiores entidades católicas da Austrália a erradicar os vínculos com as condições similares à escravidão em suas operações. Tais instituições católicas fornecem cerca de 70% dos serviços liderados por católicos no país, o que é significativo porque a Igreja Católica é o segundo maior empregador da Austrália, ficando atrás apenas do governo.

RESULTADOS

O compêndio inclui declarações de 33 entidades católicas, como hospitais e sistemas escolares, delineando medidas que estão tomando para se tornarem livres de vínculos similares à escravidão em áreas como compras e emprego.

As instituições católicas australianas, incluindo extensas redes de educação e saúde, geram cerca de 16,5 bilhões de dólares em receita anual, gastam em torno de 4,6 bilhões de dólares na aquisição de suprimentos e serviços e empregam mais de 156 mil trabalhadores.

EM ANDAMENTO

“O compêndio é um trabalho em andamento”, disse o advogado John McCarthy, presidente da força-tarefa antiescravidão moderna da Arquidiocese de Sydney, ex-embaixador da Austrália no Vaticano de 2012 a 2016, e principal responsável por sua compilação.

Organizações signatárias, como as escolas católicas da Arquidiocese de Sydney, identificam áreas de risco e as medidas que tomarão para erradicar suprimentos “contaminados’, cujos processos produtivos possuam qualquer vestígio de condições análogas à escravidão.

ERRADICAÇÃO

A ideia de um compêndio surgiu da força-tarefa que Dom Anthony Fisher, Arcebispo de Sydney, criou em 2017. Naquela época – e antes da legislação federal ser introduzida –, ele comprometeu a Arquidiocese a trabalhar para erradicar a escravidão moderna de suas operações e redes de fornecimento.

O Arcebispo tem liderado os esforços antiescravistas desde sua nomeação pelo Papa Francisco, em 2014. O Papa denunciou a escravidão como “uma ferida aberta na sociedade moderna” e um “crime contra a humanidade”.

Fonte: UCA News

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