Em Portugal, atualmente são ordenados pouco mais de 30 sacerdotes por ano em todo o país, um número insuficiente para compensar o declínio vocacional que se tem verificado ao longo dos últimos 20 anos.
Nesse período, a Igreja portuguesa perdeu quase metade dos padres, uma vez que cerca de 1,8 mil deles morreram e 50 abandoram o sacerdócio. Já o número de ordenações chegou próximo de 800, ou seja, uma média de 40 por ano, o que denota um saldo claramente negativo. Exemplo disso é a Diocese de Bragança, na qual, no ano passado, houve apenas uma ordenação presbiteral, de um diácono seminarista de 40 anos, a qual conta, atualmente, com 40 sacerdotes para mais de 600 comunidades.
Nos últimos 50 anos, tem-se assistido a um esvaziamento dos seminários. O número deles caiu para menos de um terço do que havia no passado. Nas 21 dioceses de Portugal, há em funcionamento apenas oito seminários menores e sete maiores, e entre estes últimos há o único interdiocesano do país, na cidade de Braga, que abriga atualmente 16 candidatos ao sacerdócio, provenientes das Dioceses de Bragança, Guarda, Viseu e Lamego, o qual promove um projeto de formação conjunta que tem duração de cinco anos.
Muitos seminários foram fechados ou destinados a outros fins, e os poucos que ainda funcionam apresentam baixas taxas de ocupação, como é o caso do seminário da Diocese de Bragança, com apenas cinco candidatos. Em 1970, este mesmo seminário abrigava 120 seminaristas.
Para reverter a situação, o seminário tem apostado em um programa de “portas abertas”, por meio do qual promove atividades para atrair jovens e adultos a conhecer o espaço e a rotina que se vive lá dentro, com dois encontros semanais ao longo de um ou dois anos – com um acompanhamento individualizado –, após os quais os interessados podem ser admitidos para iniciar a caminhada rumo ao sacerdócio