Na semana passada, milhares de pessoas – a grande maioria jovens – participaram da Marcha pela Vida em Dublin, capital da Irlanda.
Dom Eamon Martin, Arcebispo de Armagh e Presidente da Conferência Episcopal da Irlanda, juntou-se a vários outros líderes católicos para participar da manifestação. O Prelado descreveu o evento como “edificante e positivo”, em “contraste com as mensagens sombrias e negativas de agressão, violência e morte que às vezes ameaçam nos destruir”.
De olho nas próximas eleições na Irlanda, em 7 de junho, os oradores pediram aos participantes da marcha que “pensem a favor da vida” este ano.
Este apelo ocorreu logo após a aprovação de uma lei na Irlanda que estabelece “zonas de acesso seguro” a 100 metros ao redor de locais que oferecem serviços de aborto, em que “certas condutas destinadas a impedir o acesso ou influenciar decisões em relação aos serviços de interrupção da gravidez serão proibidas”.
Eilis Mulroy, uma das organizadoras e palestrantes da Marcha, fez um apelo aos cidadãos irlandeses para que priorizem o voto em candidatos e partidos pró-vida, que estejam comprometidos em encontrar uma ma- neira de reduzir a crescente taxa de aborto no país europeu, “que ocasiona um efeito devastador na sociedade irlandesa”.
O aborto foi legalizado na Irlanda em 2018 e atualmente é permitido até a 12ª semana de gravidez. Antes de 2018, a oitava emenda na legislação permitia o aborto apenas em casos em que a vida da mãe estivesse em perigo.
Após o referendo de 2018, uma comissão designada para rever essa legislação está considerando suspender as penalidades criminais para profissionais médicos que realizam abortos e alterar a definição legal de anomalias fetais fatais.
Em 2023, a Irlanda registou um recorde histórico de 9.218 abortos.
Dom Kevin Doran, Bispo da Diocese de Elphin e Presidente do Conselho para a Vida dos bispos irlandeses, destacou em sua homilia: “Somos chamados – em tudo o que fazemos ou dizemos – a ser testemunhas do amor de Deus que se fez presente em Jesus Cristo. Para nós, isso significa inevitavelmente dar testemunho do valor inerente de cada vida humana”.
Ao referir-se à lei das zonas de acesso seguro, Dom Kevin acrescentou que “nada, nenhuma lei, nenhuma política pública e nenhuma pressão de vizinhos ou colegas pode tirar nosso direito, inclusive nossa responsabilidade, de defender publicamente aqueles que são mais vulneráveis, especialmente no início e no fim da vida”.
Fonte: Gaudium Press